A violência financeira contra idosos no Brasil tem crescido de forma alarmante, destacando a necessidade de uma resposta eficaz por parte da sociedade e das autoridades. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), houve um aumento significativo nos casos de abusos financeiros contra idosos, incluindo apropriação de rendimentos e extorsão. Esses crimes, que muitas vezes ocorrem dentro do próprio núcleo familiar, representam uma grave violação dos direitos humanos.
O advogado Paulo Akiyama, especializado em direito de família, ressalta que essa forma de violência pode incluir o uso indevido de cartões de crédito, apropriação de bens, manipulação de contas bancárias, fraudes em investimentos e coerção para alteração de testamentos. Além das perdas financeiras, esse tipo de abuso pode causar impactos emocionais e físicos profundos nos idosos, tornando-os ainda mais vulneráveis e inseguros.
No Rio de Janeiro, a Zona Sul, conhecida por ter uma população idosa significativa, tornou-se um alvo comum para criminosos. Porém, a violência financeira não é limitada à classe média; idosos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também estão em risco, especialmente devido à facilidade na contratação de empréstimos consignados.
Para combater essa violência, é essencial que sinais de abuso sejam identificados e que denúncias sejam feitas às autoridades. A violência financeira contra idosos é tipificada no artigo 102 do Estatuto do Idoso, e a ação penal é pública, ou seja, não depende de representação da vítima para ser iniciada. Canais como o Disque 100 da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos estão disponíveis para receber denúncias, e as autoridades têm a responsabilidade de tomar medidas firmes contra os responsáveis por esses crimes.
Conscientizar a sociedade e promover a denúncia são passos cruciais para garantir que os idosos possam viver com dignidade e segurança, livres de abusos financeiros.