Desde que recebeu a notícia que teria apenas seis semanas de vida – há três anos – , a defensora dos direitos animais Alexis Fleming tem dedicado sua vida a ajudar animais em estado terminal e abandonados. Ela fundou o Maggie Fleming Animal Hospice em março de 2016.
Localizado em uma pequena propriedade rural no nordeste do Reino Unido, o abrigo oferece cuidados paliativos aos animais resgatados.
Alexis, que tem doença de Crohn, inspirou-se em sua cachorra já falecida, Maggie. Elas foram companheiras por sete anos, até a cachorra ser diagnosticada com câncer de pulmão e falecer em 2015.
O fato de não ter visto Maggie durante seus dias de internação afetou profundamente Alexis. “Eu estava tão chateada que não poderia estar com Maggie quando ela morresse, que decidi que queria estar lá para outros animais quando eles estivessem em seu final”.
A própria fundadora do local já esteve entre a vida e a morte. Ela foi diagnosticada com o estágio três da Doença de Crohn, uma doença inflamatória crônica do intestino, em 2010. Em 2015, sua condição se complicou a ponto de os médicos temerem que ela tivesse apenas algumas semanas de vida. Isso a levou a mudar-se para Ballindalloch, para viver o resto de seus dias em um ambiente rural.
Mas desafiando as expectativas médicas, Alexis conseguiu recuperar quase completamente sua saúde. Esporadicamente, a mulher de 37 anos, ainda sofre com sequelas da doença, como fadiga e dores extremas. Ela considera seu trabalho essencial para lidar com sua condição de saúde, e confrontar seus próprios sentimentos sobre a morte. “Dizer adeus aos animais que eu cuido não é fácil, mas o trabalho que faço aqui me ajuda, pois tira o foco de mim. Isso me ajuda a lidar melhor”.
O abrigo é agora uma instituição de caridade escocesa registrada, e Alexis espera levantar mais 7.000 libras esterlinas para equipar o hospital com um padrão que garanta que seus residentes recebam o melhor atendimento possível. Ela também tem intenção de expandir o estabelecimento nos próximos anos.
Até o hospício já recebeu 40 animais abandonados em estado terminal, incluindo cães, ovelhas e galinhas. “Trabalhamos em estreita colaboração com os veterinários para saber quando o tempo está próximo e seguir o conselho deles”, disse ela. Seu objetivo é tornar o processo pacífico, calmo e o mais amoroso possível.