Esta é uma lista pessoal, a seleção é pessoal, e os critérios são pessoais.
01 – The Leftovers – Esta é uma lista pessoal, a seleção é pessoal, e os critérios são pessoais. E para que uma série entre nas posições mais altas deste ranking exijo algo além de que seja boa: que me emocione. ‘The Leftovers’, uma série sobre a dor e sobre o luto, que virou uma das melhores dos últimos tempos, conseguiu isso em muitos sentidos. A terceira temporada colocou a chave de ouro numa história que começou com certas hesitações, mas que, na sua segunda temporada, já ganhou o primeiro posto em uma lista semelhante a esta, dois anos atrás. A reta final voltou a se destacar pela trilha sonora, pelas grandes interpretações, pelas paisagens… e pelas emoções. Quanto choramos neste ano com ‘The Leftovers’! E que final! Onde ver: HBO.
02 – Better Things – Que Louis C.K., acusado de assédio sexual, seja um dos criadores da série e roteirista ou corroteirista de todos os capítulos desta segunda temporada jogou muito contra a série no que diz respeito aos prêmios. Mas o fato é que foi uma das grandes ficções do ano. Pamela Adlon protagoniza, dirige e escreve esta história de uma atriz e mãe solteira que precisa lidar com três filhas em idades complicadas, uma mãe que lhe dá mais problemas que algumas de suas filhas, e relações para lá de problemáticas com os homens. Risos, emoção, sinceridade e naturalidade em uma história com a qual é muito fácil se identificar.Onde ver: FOX Premium 1.
03 – The Handmaid’s Tale – Este foi um grande ano para as mulheres nas séries. E uma das responsáveis foi a escritora Margaret Atwood, cujos romances serviram de inspiração para algumas das melhores histórias televisivas do ano. Além da notável ‘Alias Grace’ destaca-se a adaptação de ‘O Conto da Aia’, uma narrativa ambientada em um mundo distópico onde as mulheres perderam seus direitos. As fêmeas férteis foram colocadas ao serviço reprodutivo de casais ricos. Uma dessas criadas, Offred, é interpretada por Elisabeth Moss, numa das grandes atuações do ano. O resultado é uma série estética e narrativamente bem cuidada e que arrepia pelo mundo que reflete, assustadoramente factível. Onde ver: Paramount Channel.
04 – Master of None – Aziz Ansari é um dos criadores e o protagonista desta comédia de autor, a segunda nesta lista, mas não a última. A segunda temporada da série que segue as desventuras de um ator de origem indiana brilhou com capítulos ambientados na Itália, uma homenagem a Nova York, uma história de encontros amorosos na idade moderna e um olhar para a relação de uma jovem lésbica com sua conservadora família através dos jantares de Ação de Graças, um capítulo que ganhou o Emmy de melhor roteiro de comédia do ano. E, em meio a tudo isso, uma história de amor impossível, com gosto de curry e macarronada. Um conselho: não perder Ansari de vista. Onde ver: Netflix
05 – Halt and Catch Fire – Quatro temporadas durou esta história de perdedores/pioneiros da informática. E três delas foram quase gloriosas. Por acaso ou não, isso aconteceu depois que as mulheres do grupo saltaram para o primeiro plano. Com os anos oitenta e noventa como pano de fundo e em um mundo de computadores e videogames em que a Internet dava seus primeiros passos, os empreendedores e gênios protagonistas desta série tentam deixar o mundo conectado, mas não encontram um jeito de se conectar entre eles. Apesar de terem perdido a mão na quarta temporada com o filtro verde na imagem, um final à altura e a intensa carga emocional da última leva de capítulos nos compensa de sobra. Onde ver: Foi exibido na AMC.
06 – Big Little Lies – Um elenco de primeiro nível (Nicole Kidman, Reese Witherspoon, Shailene Woodley, Laura Dern, Alexander Skarsgard…) para uma série em que nada é o que parece: nem essas donas de casa de classe alta têm uma vida tão perfeita como aparentam para o resto do mundo, nem se trata de uma história sobre mulheres insatisfeitas, presas em casas com paredes de vidro. Na verdade, estamos diante de uma história de relações abusivas, maus tratos machistas e união feminina. E com outra das grandes atuações do ano, a de Nicole Kidman. Onde ver: HBO.
07 – The Crown – A série centrada na vida da rainha Eizabeth II da Inglaterra conseguiu, em sua segunda temporada, manter o grande nível da leva inicial. Claire Foy alcançou a perfeição com uma personagem complicadíssima, que deixará na próxima temporada. ‘The Crown’ voltou a dar uma lição de como contar de forma eficaz a história privada e pública da monarquia britânica, numa das produções mais luxuosas do momento. Longa vida à rainha. Onde ver: Netflix
08 – Game of Thrones – A sétima temporada desta superprodução televisiva foi mais curta e intensa que qualquer das anteriores. A ação se acelerou nos Sete Reinos, a ponto de receber críticas de alguns fãs por causa disso. ‘Game of Thrones’ por fim é tão divertida e espetacular como nos prometia que seria – ainda que nesta etapa tenha perdido algo na profundidade dos personagens e da história. E é um grande fenômeno que vai além da televisão. O chato é que só faltam seis capítulos para acabar. Onde ver: HBO
09 – BoJack Horseman – No ano passado a colocamos na primeira posição. Uma série de animação protagonizada por um cavalo. Agora, a história do depressivo e desastroso BoJack volta a aparecer entre as nossas favoritas do ano. Porque a animação também pode servir para tratar de temas sérios e dolorosos, tendo neste ano a paternidade e maternidade como pano de fundo. Não se deixe enganar pelos desenhos, é uma série extremamente séria, aguda e emocionante.Onde ver: Netflix.
10 – Catastrophe – Mais emoções à flor de pele na terceira temporada desta comédia britânica. Seus dois protagonistas continuam sendo tão imperfeitos que é quase impossível não amá-los. Tomam decisões erradas constantemente, como qualquer pessoa de bem. Choram, riem, sofrem, mentem. Rob e Sharon podem nos arrancar uma gargalhada e nos deixar a careta congelada no minuto seguinte. O final da temporada nos deixou o coração em pedacinhos. E Carrie Fisher teve parte da culpa. Onde ver: GNT Play e Vod.
11 – Mindhunter – David Fincher traduz o estilo de seu filme Zodiac para esta série ambientada nos anos setenta na qual dois especialistas em perfis criminalísticos entrevistam assassinos seriais para tentar conhecer melhor como pensam e, assim, estar preparados para possíveis crimes semelhantes. O resultado é um thriller psicológico com muito diálogo e boas atuações (particularmente notável é o assassino serial Ed Kemper, interpretado por Cameron Britton). Absorvente e inquietante. Onde ver: Netflix
12 – Line of Duty – Uma das joias britânicas dos últimos tempos é esta série focada no grupo anticorrupção da polícia. Policiais que investigam policiais. Ou seja, policiais que ganham a inimizade eterna de seus próprios companheiros. A quarta temporada desta série viciante voltou a brilhar com reviravoltas surpreendentes, uma narrativa que mantém o ritmo durante toda a temporada e alguns dos interrogatórios mais inquietantes da televisão. A participação de Thandie Newton na quarta temporada trouxe qualidade com seu personagem tortuoso, que coloca os protagonistas à beira do precipício. Onde a ver: Netflix
13 – Insecure – A primeira temporada desta comédia criada e estrelada por Issa Rae já se destacou com sua reflexão sobre as aventuras da insegura jovem Issa, suas experiências profissionais, pessoais e sexuais e as de sua melhor amiga, Molly, e seu namorado, Lawrence. A segunda temporada ganhou em profundidade, expandiu o foco (embora as questões raciais e geracionais continuam muito presentes) e ambição narrativa. E ganhou em brilho. Onde ver: HBO.
14 – The Marvelous Mrs. Maisel – A nova criação de Amy Sherman-Palladino entrou em nossas vidas bem a tempo de aparecer na lista de melhores do ano. Os responsáveis por Gilmore Girls estão por trás desta história concentrada em uma dona de casa de Nova York nos anos cinquenta, cuja vida confortável é virada de cabeça para baixo quando seu marido a deixa e ela se revela uma grande comediante de stand-up com histórias de suas próprias experiências. O papel desta senhora Maisel parece ter sido feito especialmente para uma impecável Rachel Brosnahan. Uma série divertida, interessante, inteligente e uma ótima trilha sonora. Onde ver: Prime Video da Amazon
15 – Manhunt: Unabomber – Poderia muito bem ser uma continuação de Mindhunter, mas nos anos noventa. O FBI pede ajuda de um especialista em perfis criminalísticos para encontrar um terrorista que se dedica a enviar cartas-bomba por todo os Estados Unidos. Pela falta de pistas para seguir, este especialista decide se aprofundar na linguagem que o terrorista usa nas cartas enviadas aos meios de comunicação e, acima de tudo, em um manifesto com suas idéias, contrárias aos avanços tecnológicos. Sam Worthington e um grande (e irreconhecível) Paul Bettany protagonizam esta história baseada em fatos reais muito viciante e bem-feita. Onde ver: Netflix
16 – SMILF – Ainda não terminou sua primeira temporada, mas esta série com tom indie entre drama e comédia é uma das séries do ano. Criada e estrelada por Frankie Shaw, segue a vida de uma jovem mãe com uma vida desastrosa: sem dinheiro, sem muita ajuda para cuidar de seu filho e sem sorte com os homens, precisa fazer malabarismos para seguir com sua vida. Uma série dura e terna ao mesmo tempo. Onde ver: Sem previsão de estreia no Brasil.
17 – GLOW – Uma série que conta os bastidores de um programa de televisão de luta livre feminina. A nostalgia da década de oitenta que conquistou o mundo trouxe essa diversão leve, emotiva e da qual é fácil se apaixonar. GLOW é muito mais que nostalgia coberta de purpurina e laquê. É uma história divertida, terna, dolorosa e até esperançosa. Uma história de mulheres que lutam dentro e fora do ringue, que lutam de verdade e de mentira. As protagonistas, Alison Brie, Betty Gilpin e Marc Maron merecem uma menção. Onde ver: Netflix
18 – The Good Place – Chegou na ponta dos pés, mas esta comédia ambientada em uma espécie de céu que recebe uma mulher que não deveria estar aí foi uma das comédias mais engraçadas e originais do ano. Kristen Bell e Ted Danson encabeçam o elenco desta série cuja segunda temporada a colocou entre as melhores do ano. O final da primeira temporada obrigava a uma mudança radical na série que aproveitou para crescer. Onde ver: Netflix
19 – The Good Fight – O spin-off de The Good Wife foi uma das primeiras séries a aproveitar a mudança na presidência dos Estados Unidos em suas tramas. Este drama legal respira o tom e o estilo de sua série mãe, com um punhado de personagens herdados de lá, mas com um novo ambiente (um escritório de advocacia afro-americano) e uma nova situação política que é aproveitado para dar atualidade a suas tramas. Não teremos Alicia Florrick, mas Diane Lockhart, e isso já dá e sobra. Onde a ver: Prime Video da Amazon.