Mano Beto: O rap está na minha vida desde a infância, quando eu era apenas um moleque que andava de skate e já gostava do bom e velho rap, aos doze comecei a fazer umas rimas e não parei mais!
Fronteira Livre: Quais foram os primeiros grupos que você ouviu e que te influenciaram no universo musical?
Mano Beto: Eu ouvia muito Racionais, Consciência Humana, Thaide, Gog, Snj, Rzo e muitos outros estilos também, como blues, rock, raggae etc…, a mistura de todos esses estilos me inspirava a colocar o rap com mais musicalidade, parcerias instrumentais como violão, gaita piano etc..
Fronteira Livre: O Rap nasceu como voz de protesto, você acredita que ainda continua sendo?
Mano Beto: Sim, é uma forma de expressão muito forte, e creio fielmente que o rap passa informação, por isso temos o dever de passar boas informações.
Fronteira Livre: Tu ouve rap americano? quem?
Mano Beto: Escuto 2 Ppac, Le Cross, Já Rule, nas antigas ouvia muito House of Pain, Wu Tang, Cipress Hill etc…
Fronteira Livre: Dizem que o Rap transforma as pessoas, você foi transformado pelo Rap?
Mano Beto: De certa forma sim, pelos bons raps que passam boas mensagens, comecei a ouvir e isso refletiu na minha vida e em minhas atitudes.
Fronteira Livre: Qual a sua opinião sobre o movimento do Rap no Paraná?
Mano Beto: Tem muitos grupos bons no Paraná, não deixa a desejar em relação ao nível nacional nem mesmo mundial, pelo contrário, temos grupos melhores do que muitos aí afora.
Fronteira Livre: Tu acha que os maiores do Rap Nacional se renderam á mídia e ao sistema?
Mano Beto: Acho que não, os que tem gosto pelo rap e fazem isso por amor não se vendem, de uma certa forma dependemos da mídia como forma de divulgação, mas sempre influenciando e não sendo influenciado.
Fronteira Livre: E as parcerias, com quem você já gravou um som e qual a importância das parcerias?
Mano Beto: Já gravei com o mano Edgar MC e fiz parcerias em eventos com outros manos, com o Filo Ataque de letras que é um brother de Curitiba, um evento com o Alx – Eloquentes quando morava aqui em Foz do Iguaçu, tem um vídeo dele que participei que é Alx Holocausto, e vários eventos com manos diversos que muitos nem lembro o nome.
Fronteira Livre: Você já sofreu alguma forma de preconceito?
Mano Beto: Escuto muito dizer que o rap é som de marginal de bandido etc. mas isso não me afeta em nada, pois para mim além de cultura, o rap também resgata e passa boas informações, em tudo existem os bons e maus, quem passa boas informações leva o rap a sério!
Fronteira Livre: Qual importância da Sua participação do 3º Rap-Tura?
Mano Beto: Eu acho muito bom estar participando em eventos como o Rap-Tura, porque além de ser um espaço de divulgação para o rap, nos ajuda a mostrar que o rap é cultura, e além disso quem curte rap sempre quer estar envolvido.
Fronteira Livre: E o futuro, o que vc tem preparado?
Mano Beto: Bom, antes de tudo, o futuro a Deus pertence, mas, se Ele assim me permitir quero estar sempre lançando novos trabalhos.
Fronteira Livre: Deixe um salve para o pessoal que gosta do teu trabalho?
Mano Beto: Deixo aqui o meu salve, à todos os manos e minas que além de curtir um bom rap não somente escutam, mas tem a consciência de que o rap é nossa voz, nossa força, e instrumento contra a opressão e discriminação, além de nos ajudar a prosseguir com a cabeça erguida, pois cada um tem um dom e para muitos esse dom é o rap. Salve!