Em 20 de julho de 1789, o Grande Medo começou, marcando um ponto crucial na Revolução Francesa. Esse movimento popular se espalhou rapidamente pelas províncias francesas, alimentado por rumores de conspirações aristocráticas e pela agitação resultante das notícias vindas de Paris.
Fome e Desespero: A França estava mergulhada em uma grave crise econômica, caracterizada pela escassez de alimentos e altos preços. O campesinato, já em uma situação precária, teve seus temores amplificados por rumores de que a nobreza estava sabotando as colheitas e estocando grãos para aumentar ainda mais os preços.
Insegurança e Tensões Sociais: A queda da Bastilha em 14 de julho simbolizou o fim do Antigo Regime, mas a incerteza sobre o futuro persistia. As notícias das revoltas em Paris e a abolição dos direitos feudais despertaram esperanças entre os camponeses, mas também geraram receios e insegurança.
Rumores e Desinformação: A falta de acesso à informação confiável e a propagação de boatos alimentaram o medo e a paranoia entre a população. Acreditava-se que bandidos contratados pela nobreza estavam atacando vilas e campos, intensificando o clima de terror.
Explosão de Violência
Movidos pelo medo e pela fome, os camponeses formaram grupos e atacaram castelos, mansões e propriedades senhoriais. Saquearam alimentos, queimaram documentos feudais e libertaram prisioneiros. Em alguns casos, a violência se intensificou, com execuções de senhores e funcionários públicos.
Consequências e Impacto
Aceleração da Revolução: O Grande Medo atuou como um catalisador para a Revolução Francesa. A revolta popular pressionou a Assembleia Nacional a tomar medidas mais radicais contra o Antigo Regime, resultando na abolição do sistema feudal e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Mudanças Sociais Profundas: O movimento simbolizou o fim do poder absoluto da nobreza e a ascensão da classe camponesa. As tensões sociais e a busca por igualdade se intensificaram, abrindo caminho para novas etapas da Revolução.
Memória e Simbolismo: O Grande Medo permanece como um capítulo marcante na história da França, um lembrete da violência e do desespero que acompanharam a luta por mudanças sociais e políticas.