Você presta atenção em detalhes que ninguém parece notar? Você consegue contemplar instantes e belezas que para os demais é estupidez? Você se sente profundamente impactado com o sofrimento alheio? Você não encontra prazer e felicidade onde a maioria parece buscar? Odores fortes, muito barulho, muita gente, surpresas… são coisas nas quais você não gosta de lidar?
A alta sensibilidade não tem cura. Você nasce com ela, com essa peculiaridade, com esse característica que já pode ser claramente vista desde que é uma criança muito pequena. Suas perguntas, sua intuição, sua tendência perfeccionista, o seu limiar de dor física, o seu desconforto com luzes ou odores fortes, sua vulnerabilidade emocional. Não é fácil viver com essa característica. No entanto, uma vez que você reconhece o que ela é o que você é, então poderá se assumir como tal e exigir que seja respeitado como tal, tendo a total liberdade para trabalhar positivamente essa característica de modo a ter saúde integral e uma boa vida.
Elaine N. Aron, psicóloga clínica, pesquisadora e autora de vários livros, dentre eles “The Highly Sensitive Person” (A pessoa altamente sensível), explica algumas características das pessoas altamente sensíveis, pensativas, empáticas e emocionalmente reativas. Certamente, existem extremos de emoções que são considerados transtornos do humor, por exemplo, e devem ser tratados com um profissional da saúde mental, mas falando aqui apenas de PAS – Pessoas Altamente Sensíveis.
Veja 5 características das pessoas que são sensíveis no grau mais elevado. As Pessoas Altamente Sensíveis são:
1 – Inteligentes emocionalmente
Desde a infância, a criança com alta sensibilidade vai perceber aspectos de sua vida diária que oferecerão um mix de angústia, contradição e curiosidade fascinante. Seus olhos irão captar aspectos que nem mesmo os adultos levam em conta. Aquele olhar de frustração em seus professores, a expressão preocupada da mãe… Ela é capaz de perceber coisas que as outras crianças não percebem, e, portanto, desde cedo ela apreende o conhecimento de que vida é contraditória, e exatamente por isso, começa a desenvolver mentalmente habilidade cognitivas para lidar com a frustração, o medo, o abandono, o luto, as decepções afetivas…E ainda que sofra profundamente cada palavra ou gestos negativos em relação a si mesma, e demonstre com isso fragilidade e vulnerabilidade, no fundo, sabe que dará conta de passar por cima.
2 – São amantes da solidão
Pessoas altamente sensíveis encontram prazer em seus momentos de solidão. São ansiosas para realizar suas tarefas, seus hobbies. São pessoas criativas que gostam de música, leitura … E, embora isso não signifique que não desfrutam da companhia dos outros, é só na solidão que encontram mais satisfação. Pessoas altamente sensíveis não têm medo da solidão. É nesses momentos que podem se conectar mais de perto com elas mesmas, com seus pensamentos, livre de apegos, gravatas e olhos curiosos.
3 – Se doam à existência com coração empático
Alta sensibilidade é viver do coração. É ser empático em tempo integral e por isso é solicito para com os outros: os próximos e também os desconhecidos. Ninguém vive mais intensamente o amor, ninguém sente mais prazer com pequenos gestos diários, como a amizade, carinho do que as pessoas altamente sensíveis. Não apenas as relações afetivas, o carinho no cotidiano, ou o simples ato de experimentar a beleza de uma pintura, uma paisagem ou uma melodia, é uma experiência intensa para uma pessoa altamente sensível. As dores e também as belezas de existir são as molas que movem o seu coração.
4 – Se dedicam ao crescimento interior
Uma vez que a pessoa altamente sensível descobre o seu próprio eu e suas habilidades positivas, ela encontra o seu equilíbrio e promova o crescimento pessoal. Ela sabe que é um ser único e múltiplo ao mesmo tempo, sabe que sua sensibilidade não é um defeito a ser corrigido, e sim, um traça a ser aceito. Ela o aceita, o compreende e o ressignifica a seu favor e a favor daqueles que ela ama.
5 – Não perde tempo tentando se adaptar à cultura global
As sociedades de todos os tempos sempre exigiram padrões de aceitação e a maioria das pessoas segue a multidão, vai na onda, embarca nos ismos de um grupo e faz malabares para ser aceita e reconhecida ali. As pessoas altamente sensíveis não têm necessidade de se adaptarem as regras das sociedades, pois elas não se sentem pertencer a nenhuma delas. Jenna Avery, uma “treinadora de vida para almas sensíveis”, aconselha as pessoas a aceitarem ou até mesmo buscarem estar “fora de sincronia” com a sociedade dominante, e se desligarem dos julgamentos dos outros, pois é exatamente a não aceitação das diferenças que faz do mundo um lugar horrível.