Em uma escalada alarmante de violência, comunidades indígenas em três estados brasileiros – Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul – foram alvo de ataques armados por fazendeiros nos últimos dias. Seis ataques em apenas 48 horas deixaram diversas pessoas feridas, com casas destruídas e aldeias cercadas, destacando a crescente ameaça à segurança dos povos indígenas.
Comunidades Alvejadas e Ameaçadas
- Povo Guarani Mbya: Na comunidade Pekuruty, Rio Grande do Sul, tiros foram disparados na noite de sábado (13). As famílias, já desabrigadas pelas enchentes e pela destruição de suas casas pelo DNIT, vivem à margem da rodovia, desprotegidas pelo Estado.
- Povo Guarani Kaiowá: Na TI Dourados-Amambaipeguá I (MS), um ataque armado ocorreu na manhã de segunda-feira (15) após a retomada de parte do território pela comunidade Kunumi Vera. Uma jovem foi baleada na perna e permaneceu sem atendimento médico até o fim da tarde. Em 2016, esta comunidade já havia sofrido o Massacre de Caarapó.
- Povo Avá-Guarani: Na TI Tekoha Guasu Guavirá (PR), indígenas do tekoha Tatury foram atacados na manhã de segunda-feira (15). Após ocuparem uma área adjacente devido ao espaço reduzido, sofreram represálias com atropelamentos e negação de atendimento médico.
Falta de Demarcação e Marco Temporal Exacerbam a Violência
A ausência de demarcação das terras indígenas deixa essas comunidades vulneráveis à violência. A Lei 14.701 (marco temporal) e a lentidão do Estado em demarcar as terras agravam a situação, tornando essas comunidades alvos fáceis.
Conexão entre os Ataques e a Impunidade
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denuncia a conexão entre os ataques, que parecem planejados para intimidar os povos indígenas e violar seus direitos. A organização alerta para o sentimento de impunidade entre os agressores, reforçado pela falta de punição e por medidas legislativas como a PEC 48.
É essencial que a sociedade se mobilize para defender os direitos indígenas e exigir das autoridades a punição dos responsáveis e a garantia de segurança para essas comunidades. A demarcação das terras indígenas e o fim da impunidade são medidas urgentes para conter a violência crescente.
Diversas entidades repudiaram os ataques e exigem ação das autoridades. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) convocou um ato nacional em Brasília para o dia 2 de agosto.
Para mais informações e atualizações sobre os ataques, consulte fontes confiáveis como o CIMI e a APIB.
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