Ex-militar, criador da bandeira LGBT buscou inspiração na cultura hippie

Gilbert Baker em janeiro de 2016, quando o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, incluiu em sua coleção de design a icônica bandeira do arco-íris, criada por ele em 1978 Spencer Platt/Getty Images

Gilbert Baker em janeiro de 2016, quando o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, incluiu em sua coleção de design a icônica bandeira do arco-íris, criada por ele em 1978 Spencer Platt/Getty Images

Nascido em uma pequena cidade do Kansas em 1951, Gilbert Baker trilhou um caminho incomum que o levaria a se tornar um dos maiores símbolos da luta LGBTQ+. Aos 19 anos, ingressou no exército, seguindo uma tradição familiar. Mas foi o destino que o conduziu a São Francisco nos anos 1970, época de efervescência social e política, onde a luta por direitos civis ganhava força.

Em meio à efervescência do movimento hippie, do feminismo, da luta pelos direitos civis dos negros e do pacifismo, Baker se viu contagiado pela onda de transformação social. Decidiu deixar o exército e se fixar em São Francisco, onde se envolveu cada vez mais com o movimento LGBTQ+ e com as manifestações contra a guerra do Vietnã.

Para se sustentar, Baker aprendeu a costurar e logo sua habilidade se tornou ferramenta para o ativismo. Ele confeccionava cartazes e faixas para os movimentos dos quais participava, ganhando reconhecimento na cidade e conquistando a amizade de Harvey Milk, político pioneiro na luta pelos direitos LGBTQ+.

O Desafio de Unificar a Comunidade

Até então, a comunidade LGBTQ+ não possuía um símbolo que a representasse e a unificasse. Havia apenas ícones negativos, como os triângulos cor-de-rosa usados para identificar homossexuais nos campos de concentração nazistas. Milk, reconhecendo a necessidade de um símbolo positivo e unificador, incumbiu Baker dessa missão desafiadora.

Em busca de inspiração, Baker recorreu à cultura hippie, que via no arco-íris um símbolo da paz, e à canção “Over the Rainbow”, interpretada por Judy Garland em O Mágico de Oz, cuja letra fala de um lugar pacífico “além do arco-íris”.

Nasce um Símbolo Poderoso: A Bandeira do Orgulho LGBTQ+

Para o desfile do Orgulho Gay de 1978, Baker criou a agora icônica bandeira do arco-íris. Cada cor possui um significado:

Inicialmente, a bandeira também incluía o rosa (representando o sexo) e o turquesa (harmonização), mas foram retirados por questões de custo. Posteriormente, o preto foi adicionado em homenagem às vítimas da AIDS.

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A criação de Baker se tornou um símbolo mundial da luta LGBTQ+, representando orgulho, diversidade, inclusão e resistência. Apesar de ter falecido em 2017, seu legado continua inspirando gerações na luta por um mundo mais justo e igualitário.

Mais do que um Símbolo: Uma História de Vida

A história de Gilbert Baker é mais do que a criação de uma bandeira. É a história de um ex-militar que se reinventou como artista e ativista, dedicando sua vida à luta por uma sociedade mais justa e inclusiva. Sua trajetória nos ensina sobre a importância da coragem, da criatividade e do ativismo como ferramentas para a transformação social.

Lembre-se:

A história da bandeira do arco-íris é complexa e envolve diferentes versões e interpretações. É importante ir além da narrativa tradicional e buscar diferentes perspectivas para ter uma visão mais completa do significado desse símbolo importante. A luta por direitos LGBTQ+ ainda está em curso, e a bandeira do arco-íris continua sendo um importante símbolo de resistência e esperança.

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