- Conflitos: Guerras e conflitos civis continuam a ser a principal causa de insegurança alimentar aguda, com o Iêmen, a República Democrática do Congo e a Etiópia entre os países mais afetados.
- Eventos climáticos extremos: Secas, inundações e outros eventos climáticos extremos estão disruptando a produção agrícola e deslocando populações, agravando a fome em países já frágeis.
- Crise econômica: O aumento dos preços dos alimentos, a inflação e a recessão econômica estão limitando o acesso das pessoas à alimentação, especialmente nas populações mais pobres.
As regiões em conflito, como Gaza, continuam enfrentando uma crise alimentar aguda, com a situação nutricional das crianças, mulheres grávidas e mães lactantes sendo motivo de grande preocupação.
Os relatórios de 2023 destacam uma deterioração alarmante das crises alimentares, com preocupações específicas sobre o Sudão e Gaza, onde a fome é evidente, conforme observado por Gian Carlo Cirri, diretor do escritório do PMA em Genebra.
Após meses de bombardeios em Gaza, as pessoas estão lutando para satisfazer até mesmo suas necessidades alimentares mais básicas, esgotando todas as estratégias de sobrevivência possíveis, como buscar comida em qualquer lugar possível.
Cirri observa que muitas populações palestinas estão desesperadas, algumas enfrentando uma crise tão grave que resulta em mortes por inanição.
Ele enfatiza a necessidade urgente de fornecer assistência alimentar diária para evitar uma tragédia ainda maior.
No Sudão, áreas como Cartum, Grande Darfur e Grande Cordofão enfrentam riscos significativos de insegurança alimentar aguda, com pouca perspectiva de alívio das hostilidades ou de ajuda humanitária substancial.
É crucial, segundo Cirri, fornecer insumos agrícolas às pessoas sempre que o acesso permitir, para que possam plantar e garantir suas colheitas futuras. A incapacidade de plantar agora poderia resultar em uma necessidade ainda maior de assistência alimentar até a próxima colheita.
Os conflitos e a insegurança, especialmente em Gaza, Sudão e Haiti, continuarão a ser os principais impulsionadores da insegurança alimentar aguda em 2024.
Com o El Niño atingindo seu pico no início de 2024, seu impacto prolongado, incluindo inundações e secas em partes da África Oriental e do sul da África, continuará a ser sentido ao longo do ano.
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O relatório também adverte que as perspectivas para 2024 são sombrias, com poucas chances de melhora substancial na situação. Conflitos em curso, eventos climáticos extremos, poder de compra fraco em países de baixa renda e a diminuição do financiamento humanitário devem continuar a afetar as populações que já estão enfrentando a fome aguda.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, chamou a situação de “uma acusação de falhas humanas”, observando que “em um mundo de abundância, crianças estão morrendo de fome”. Ele pediu uma resposta global urgente para abordar as causas raízes da fome aguda e garantir que todos tenham acesso à alimentação.
O relatório pede ações urgentes em várias áreas, incluindo:
- Aumento do financiamento para assistência humanitária e programas de desenvolvimento de longo prazo.
- Investir em sistemas alimentares mais resilientes e sustentáveis.
- Abordar as causas dos conflitos e promover a paz.
- Combater as mudanças climáticas e seus impactos na segurança alimentar.
A erradicação da fome aguda exige um esforço global concertado. Somente trabalhando juntos podemos garantir que todos tenham acesso à alimentação necessária para viver uma vida saudável e produtiva.
Aqui estão alguns recursos adicionais:
- Relatório Global sobre Crises Alimentares 2023: [URL inválido removido]
- Site da Rede de Informação sobre Segurança Alimentar: [URL inválido removido]
- Site do Programa Alimentar Mundial: https://www.wfp.org/