Na quinta-feira, 19 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um ato emblemático em Alcântara, Maranhão, onde entregou 21 títulos de domínio a comunidades quilombolas de todo o Brasil, atendendo a uma histórica reivindicação dessas comunidades. A destinação de mais de 120 mil hectares a 4,5 mil famílias representa um passo significativo no reconhecimento dos direitos territoriais e no fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro.
Alcântara: Um Centro de Cultura Quilombola e Avanço Tecnológico
Alcântara se destaca por ter a maior proporção de população quilombola do país, com 84,6% dos moradores se autodeclarando quilombolas. O Território Quilombola de Alcântara abriga 152 comunidades e cerca de 3.350 famílias. Durante a cerimônia, foram assinadas a Portaria de Reconhecimento e o Decreto de Interesse Social, que facilitam o processo de titulação e garantem direitos fundamentais às famílias quilombolas.
O processo de regularização quilombola envolve várias etapas, incluindo a publicação do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), a Portaria de Reconhecimento, o Decreto de Interesse Social e, finalmente, o Título de Domínio. Com as entregas realizadas nesta quinta-feira, já são 12 decretos e 32 títulos emitidos em 2023, em contraste com apenas 1 decreto e 23 títulos entre 2019 e 2022, evidenciando um avanço significativo na política de titulação.
Colaboração entre Setores
O evento contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, além de representantes de comunidades quilombolas de Alcântara e vários órgãos do governo, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Advocacia-Geral da União (AGU). Essa mobilização demonstra a importância da cooperação entre diferentes setores para o fortalecimento das políticas públicas voltadas para a inclusão social e a preservação cultural.
Acordo Histórico e Seus Impactos
O Termo de Conciliação relativo ao Acordo de Alcântara encerra um conflito histórico que se arrastava desde 2008, quando o Incra identificou 78.105 hectares como território tradicionalmente ocupado pelos quilombolas. O Ministério da Defesa, por sua vez, havia declarado interesse em utilizar 12.645 hectares para o Programa Espacial Brasileiro. O recente acordo permite a titulação integral do território quilombola, consolidando os direitos das comunidades e garantindo a continuidade do Programa Espacial.
Um Futuro Promissor
Com a conclusão deste acordo, o governo reafirma seu compromisso com a valorização e a proteção dos direitos das comunidades quilombolas, ao mesmo tempo em que impulsiona iniciativas de desenvolvimento tecnológico e científico no Brasil. A entrega dos títulos não apenas assegura a posse da terra, mas também representa uma nova era de reconhecimento e justiça social para as comunidades que, por gerações, lutam pelo direito à sua terra e cultura.
Com essas ações, o governo brasileiro busca construir um futuro mais justo e sustentável, onde as tradições e os direitos dos quilombolas são respeitados e integrados nas políticas de desenvolvimento do país.