Justiça do Uruguai Condena Ex-Repressor da Ditadura por Crimes de Tortura

Ex-Militar Enfrenta Consequências por Abusos e Tortura no Centro Clandestino de La Tablada

Foto: Divulgação

A Justiça do Uruguai condenou o ex-militar, identificado como Uyterhoeven, pelos crimes de privação de liberdade, abuso de autoridade contra detidos e lesões graves. Esses crimes ocorreram no centro clandestino de La Tablada, que era operado pelo Órgão Coordenador de Operações Antissubversivas (OCOA) durante a ditadura militar que governou o país entre 1973 e 1985.

Crimes Cometidos em La Tablada

O centro clandestino de La Tablada se tornou um símbolo dos abusos cometidos pelo regime, onde cerca de 250 pessoas foram torturadas entre 1977 e 1983. Uyterhoeven foi reconhecido por várias vítimas de terrorismo de Estado que testemunharam, relatando sua atuação como um dos principais repressores. Entre os casos mais graves, três dos quatro detentos desaparecidos, cujos restos mortais foram encontrados no terreno do Batalhão 14 do Exército no departamento de Canelones, morreram sob tortura nesse local.

Processo Judicial e Consequências

A queixa contra Uyterhoeven foi apresentada em 2011, em um esforço para responsabilizar membros do Partido Comunista do Uruguai pelas violações de direitos humanos. Em setembro de 2021, ele já havia sido condenado à prisão pelos mesmos crimes, e os anos que passou em prisão preventiva desde então serão considerados em sua sentença final.

Atualmente, Uyterhoeven permanece em prisão preventiva e enfrenta investigações adicionais relacionadas a abusos sexuais cometidos contra 28 prisioneiros políticos, além de outros casos que envolvem os desaparecimentos de Félix Ortiz, Omar Paitta e Miguel Mato, também vítimas do centro de La Tablada.

Importância da Decisão Judicial

Essa condenação representa um avanço significativo na luta por justiça e reparação para as vítimas da ditadura uruguaia, refletindo um compromisso do sistema judicial em enfrentar os crimes do passado e promover a responsabilização dos perpetradores. A decisão é vista como um passo importante para a verdade e a reconciliação, não apenas no Uruguai, mas também como um exemplo para outras nações que enfrentam legados de repressão e violação dos direitos humanos.

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