O fundador da WikiLeaks foi finalmente retirado da cela de segredo da prisão de Belmarsh após uma série de petições da sua equipe legal e de outros prisioneiros.
O prisioneiro político australiano foi mantido quase incomunicável e com severas restrições a acesso de visitantes desde Abril de 2019, enquanto aguarda o seu processo de extradição para os EUA que deve começar em 24 de Fevereiro.
Joseph Farrell, embaixador da WikiLeaks, diz que na sexta-feira 24 de Janeiro o prisioneiro de 48 anos foi removido da solitária na ala médica do presídio para outra ala com 40 condenados.
Esta conquista, afirma ele, verificou-se depois de a sua equipe legal e de três petições separadas de condenados ao governador da prisão considerarem que o seu tratamento era injusto e irrazoável.
Após várias reuniões entre autoridades do presídio e a equipe legal de Assange e de condenados, ele foi transferido.
“A transferência é uma enorme vitória para a equipe legal de Assange e para os que fizeram campanha insistindo durante semanas para que as autoridades prisionais acabassem o tratamento punitivo de Assange”, disse Farrell.
Assange deve enfrentar julgamento no próximo mês para determinar se ele deveria ser extraditado para os EUA, onde foi acusado com 17 alegações de espionagem e uma de conspiração para cometer intrusão informática.
As acusações relacionam-se a alegações de que Assange tentou ajudar a antiga analista de inteligência do US Army Chelsea Manning a proteger a sua identidade digital quando esta acessou ficheiros classificados do Pentágono sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
A WikiLeaks ajudou a publicar milhares daqueles ficheiros, incluindo alguns que revelavam crimes de guerra dos Estados Unidos em ambos os países. O seu caso é encarado como um teste ácido quanto à proteção de fontes de jornalistas.
Farrell disse que a saída de Asssange da solitária após nove meses de permanência é uma pequena vitória, mas que ainda lhe está a ser negado acesso adequado aos seus advogados.
Numa recente audiência para a gestão do processo o solicitador Gareth Pierce disse que à equipe de defesa só foram permitidas três horas de conversação com Assange para discutir o caso.
“Ainda lhe está a ser negado acesso adequado aos seus advogados, como até o juiz reconheceu numa audiência no Tribunal de Magistrados de Westminster”, disse Farrell.
“E os promotores da campanha continuam a insistir em que Assange não deveria estar na prisão de modo algum, pelo menos no presídio de alta segurança de Belmarsh”.
Escrever a Assange é uma forma de apoiá-lo. Nas cartas e cartões-postais deve-se incluir sempre o seu número de prisioneiro (do contrário não serão entregues). O endereço é:
Mr. Julian Assange
Prisoner # A9379AY
HMP Belmarsh
Western Way
London SE28 0EB UK
Grã-Bretanha