Horas após o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região manter decisão que proíbe o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, de nomear e exonerar funcionários do órgão, o titular da pasta se autodenominou “Black Ustra” em publicação no Twitter.
A referência feita por Camargo é ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi e um dos principais nomes do processo de tortura durante a ditadura militar.
“Vou torturar sim, já que não posso nomear. Black Ustra”, escreveu na publicação, deletada em seguida
Em outros posts sobre o mesmo assunto, o presidente da Fundação Palmares ainda completou: “Exonero esquerdistas e traíras da direita! Ninguém pode me obrigar a manter, em cargos de confiança, pessoas que me odeiam, discordam de tudo o que faço e, se pudessem, encomendariam a minha morte”.
Com as postagens, Camargo descumpre decisão judicial. Em 11 de outubro, o juiz Gustavo Chehab, da 21ª Vara do Trabalho de Brasília proibiu que Camargo fizesse publicações que atacassem funcionários, ex-funcionários, testemunhas da ação, representantes da Justiça e a imprensa nos perfis da Fundação Palmares e dele próprio.
“Proibição de – direta, indiretamente ou por terceiros – manifestação, comentário ou prática vexatória, de assédio, de cyberbullying, de perseguição, de intimidação, de humilhação, de constrangimento, de insinuações, de deboches, de piadas, de ironias, de ataques, de ofensa ou de ameaça”, diz trecho da decisão.
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