Foram plantadas 13.725 mudas de 207 espécies da Mata Atlântica, como Aroeira, Pau-Brasil, Pau-Ferro, Peroba-Rosa e várias espécies de Ipê.
As sementes plantadas pelos atletas que participaram da cerimônia de abertura da Olimpíada Rio 2016 brotaram e se transformaram na prometida Floresta dos Atletas, no Parque Radical de Deodoro. Dezenove meses depois do plantio, algumas árvores já medem 2 metros de altura e as frutíferas, como o cajueiro, já dão seus primeiros frutos.
Foram plantadas 13.725 mudas de 207 espécies da Mata Atlântica, como Aroeira, Pau-Brasil, Pau-Ferro, Peroba-Rosa e várias espécies de Ipê. Cada espécie representa um país que participou dos Jogos do Rio e na floresta há placas que identificam tanto as árvores quanto as nações correspondentes.
No cronograma inicial, as mudas deveriam ter sido plantadas no local destinado à Floresta dos Atletas em 2017. No entanto, o plantio das mais de 13 mil mudas só ocorreu entre setembro e dezembro de 2019.
A demora foi ocasionada pelo não pagamento por parte do Comitê Rio 2016 pela implantação das mudas. Como o compromisso de criar uma Floresta dos Atletas foi só de boca — sem assinatura de contrato — a organização dos Jogos do Rio não quis cumprir com a promessa feita durante a cerimônia de abertura da Olimpíada.
Entre idas e vindas nas negociações, foi acordado que o plantio seria realizado por meio de compensações ambientais. Este é um mecanismo legal pelo qual empresas cuja atuação gera impacto ambiental replantam árvores em outros locais como forma de compensar a destruição provocada.
O valor de R$3,3 milhões foram pagos por empresas que tinham compensações ambientais a serem feitas. No entanto, entre o início da Olimpíada, em agosto de 2016, até o plantio, em 2019, todo o custo de manutenção e cuidado das mudas, cerca de 1,8 milhão, ficou à cargo da empresa de reflorestamento Biovert.
Até junho deste ano, a empresa ficou responsável pelo cuidado da Floresta dos Atletas, que incluem o corte da vegetação que cresce no entorno das mudas, a retirada de plantas oportunistas que nascem e crescem no mesmo espaço das futuras árvores e na coroação delas (colocação de barreiras em volta para evitar que outras espécies cresçam no mesmo espaço). O espaço do parque, onde a floresta está plantada, é de responsabilidade da Secretaria municipal de Esporte e Lazer (SMEL).
— A floresta está a coisa mais linda do mundo. As árvores estão enormes. No Parque Radical de Deodoro ainda ficaram uns 4 hectares para serem recuperados e a Prefeitura autorizou que mais medidas compensatórias fossem realizadas, para ampliarmos a área de floresta dentro do parque, que no fim das contas ficará com cerca de 100 mil metros quadrados de floresta (10 hectares) — afirma Marcelo Carvalho, engenheiro ambiental e sócio-administrador da Biovert.
Carvalho conta que há empresas interessadas em patrocinar o replantio e a manutenção das espécies da Mata Atlântica no Parque Radical. No entanto, ainda não há nada oficialmente acertado sobre o assunto. Ele explica que daqui a uns anos, quando as árvores já estiverem fortes, não será mais preciso nenhum tipo de manutenção.
Evelin Azevedo