Pelo menos sete colégios da rede estadual em Foz do Iguaçu suspenderam as atividades educativas on-line, mostra levantamento realizado pela APP-Sindicato/Foz junto às instituições. Essa decisão obriga estudantes dos ensinos Fundamental e Médio a frequentar aulas presenciais contra a própria vontade, sem que tenha ocorrido o controle da pandemia de covid-19.
Ao determinar a reabertura das escolas, no último dia 21, o Governo do Paraná afirmou que as aulas presenciais não seriam obrigatórias, prometendo manter o ensino remoto aos alunos, via Google Meet, e os conteúdos impressos. Como a maioria dos estudantes não consegue realizar as atividades apenas com o material entregue pelas escolas, sem acompanhamento e orientação profissional, eles se obrigam a ir aos colégios presencialmente.
Devido ao revezamento de estudantes para a frequência às aulas presenciais, parte da turma deve acompanhar o conteúdo educativo em casa. Essa condição não está sendo garantida por pelo menos sete colégios estaduais no município que suspenderam o ensino síncrono, o que compromete o direito de adolescentes e jovens à educação.
“A Seed, que é a Secretaria Estadual de Educação, diz não proibir o ensino on-line. Mas informalmente conduz os estabelecimentos de ensino às aulas presenciais”, aponta o diretor da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges. “Isso acontece mesmo não havendo segurança sanitária para que adolescentes, jovens e educadores possam frequentar as escolas, devido à pandemia”, expõe.
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Conforme o educador, os alunos precisam ter seus direitos respeitados. “Primeiramente, com o acesso ao ensino compatível com o momento pandêmico que vivemos. E o governo também deve assegurar o direito à educação de qualidade, que é sua obrigação”, enfatiza. “O quadro atual certamente fará aumentar a exclusão de adolescentes e jovens, elevando a evasão escolar”, avalia.
“A explicação para tudo isso que está ocorrendo é muito simples”, pondera o dirigente sindical. “O governo usou um engodo para impor as aulas presenciais, dizendo que o retorno não seria obrigatório, o que a realidade está demonstrando não ser verdade”, assevera. “E ainda transfere aos pais e mães os riscos à saúde dos jovens, ao exigir a assinatura de um termo de responsabilidade. Isso é muito cruel com estudantes e suas famílias”, conclui Silvio Borges.
Para a APP-Sindicato/Foz, o momento não permite o retorno às aulas presenciais. A imunização contra a covid-19 não alcançou 20% da população do Paraná, e a variante delta do coronavírus atingiu a circulação comunitária. Nas escolas, faltam profissionais e não houve investimentos em infraestrutura. O sindicato defende a orientação científica de que a reabertura dos colégios deve ocorrer somente com o controle da pandemia e vacinação em massa.