Levantamento é da Diretoria de Saúde Ocupacional a pedido do sindicato da categoria; sete educadores da ativa morreram por consequência da COVID-19 desde a retomada de atividades presenciais em fevereiro.
A Diretoria de Saúde Ocupacional (DISO) apresentou hoje (11) ao Sindicato dos Professores e Profissionais da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (SINPREFI) levantamento sobre o número de educadores contaminados pelo novo coronavírus em Foz do Iguaçu desde a retomada das atividades pedagógicas presenciais em fevereiro. O resultado é que 143 profissionais já tiveram a doença neste período, dos 2.000 que compõem a categoria.
Foram registradas sete mortes de educadores da ativa, além de um óbito de profissional aposentado em decorrência da doença. O SINPREFI também recebeu diversos relatos de profissionais que ficaram com sequelas em decorrência da COVID-19 e buscará informações oficiais com a DISO. Atualmente, há, pelo menos, três educadores do município internados com COVID-19.
Além disso, em visita a escolas do município, representantes do sindicato identificaram que a Escola Municipal João XXIII, no Morumbi, está fechada e que o motivo atribuído numa placa afixada no portão é COVID-19. “Em busca de informações, soubemos que pelo menos três profissionais da escola estão contaminados, nós tememos uma elevação no número de casos,” ressaltou a diretora de políticas sindicais do SINPREFI, Viviane Jara Benitez.
Os líderes sindicais percorrem as unidades escolares do município porque todos os professores da rede foram convocados para cumprir horário de trabalho presencialmente, não só os que atuam nas cinco escolas do projeto-piloto com alunos em sala de aula desde o início de maio. O objetivo é averiguar as condições de trabalho, já que esses profissionais das demais escolas não receberam máscaras N 95, conforme solicitado pelo sindicato, nem jalecos.
Preocupado com o avanço no número de casos e com as consequências devastadoras na comunidade escolar, o SINPREFI ingressou com Ação Civil Pública pedindo a suspensão das aulas presenciais na rede pública municipal até que a comunidade escolar esteja vacinada ou até que as condições de segurança sejam mais evidentes. “Defendemos que as aulas sejam mantidas de forma remota até que a vacina esteja acessível de forma ampla e que a pandemia esteja controlada”, reforçou a presidente do SINPREFI, Marli Maraschin de Queiroz. Na semana passada, a prefeitura de Foz do Iguaçu divulgou que “a média móvel dos casos confirmados (…) em relação à semana anterior é 58% maior” e que a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Municipal Padre Germano Lauck está em 100%.
Segundo ela, os profissionais da rede pública municipal reconhecem que o modelo remoto expande o horário de trabalho, exige mais dedicação, múltiplas tarefas, busca constante por alternativas de ensino, mas estão dispostos a assumir o desafio para preservar vidas. Em assembleia geral realizada no dia 25 de março, 93,7% dos profissionais da educação presentes aprovaram a manutenção das atividades remotas até que a vacina seja disponibilizada para a população.
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Quem são os profissionais representados pelo SINPREFI?
O SINPREFI representa cerca de 2.000 profissionais que atuam na área da educação municipal, entre eles: professores, secretários de escola, coordenadores, diretores, agentes de apoio, auxiliares de serviços gerais e merendeiras. Esses profissionais trabalham na Educação Infantil (CMEI´s) e nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), portanto são responsáveis por crianças de 6 meses a 10 anos (aproximadamente).