Com a chegada do inverno no Brasil, que vai até dia 23 de setembro, a rotina dos animais do Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, mais uma vez muda, como acontece todos os anos. Agora eles estão recebendo tratamento especial para suportar temperaturas que às vezes atingem marcas negativas.
O frio que afetou a população também mudou a rotina dos animais do Parque. Pensando no conforto e bem-estar animal, os veterinários, zootecnistas, biólogos e tratadores do Parque das Aves deram início a uma operação para manter o equilíbrio térmico dos bichos.
Segundo Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, a preocupação maior é com os filhotes e com os animais idosos, que podem sentir mais frio e têm maior probabilidade de contraírem doenças típicas da época.
“São utilizados diversos artifícios que oferecem opções de conforto térmico aos animais, como lâmpadas aquecedoras de cerâmica que não emitem luz e, portanto, podem permanecer ligadas durante a noite sem prejudicar o fotoperíodo e o descanso dos animais. Essas lâmpadas são posicionadas nos recintos de modo que criem um gradiente de temperatura, isto é, uma variação climática gradual que permite ao animal escolher onde quer se posicionar: mais próximo ou mais distante da lâmpada”, comenta Paloma.
Monitoramento e controle de temperatura
A temperatura é sempre monitorada com uso de termohigrômetros fixos nos recintos ou com termômetros digitais infravermelhos, que permitem uma leitura rápida e à distância da temperatura em diversos pontos dos recintos.
Quem conhece a região de Foz do Iguaçu sabe que a amplitude térmica supera 40 graus no verão e abaixo de zero no inverno.
“Também utilizamos cortinas plásticas transparentes do lado externo dos recintos, que permitem a incidência solar, enquanto agem como barreiras contra o vento, para evitar correntes de ar frio que podem ser prejudiciais à saúde das aves”, afirma Paloma.
Alimentação
De acordo com Paloma, existe todo um plano especial de preparo para o inverno, que inclui mudança de dieta para os animais. A médica veterinária conta que é necessário um reforço na alimentação porque as aves são animais endotérmicos e precisam manter a temperatura corpórea, por isso gastam mais energia.
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Pouco antes da entrada do inverno, a Divisão de Nutrição Animal, chefiada pelo zootecnista Henrique Tavares, aumenta a oferta de alimentos mais calóricos. Itens mais energéticos favorecem uma melhor condição corpórea e, consequentemente, facilitam a termorregulação.
“Como complemento, a dieta dos animais neste período é suplementada com vitaminas (E e C), minerais (selênio) e aminoácidos, visando otimizar a saúde física e bem-estar dos animais. Além disso, oferecemos alimentos funcionais que fortalecem o sistema imunológico dos animais”, comenta Henrique.
Répteis e seus cuidados
Paloma explica que o cuidado com os répteis é diferente porque, ao contrário das aves e dos mamíferos, eles não controlam a temperatura do corpo. “A temperatura dos répteis depende diretamente da temperatura do ambiente. Por isso eles têm o metabolismo reduzido nesse período. Se ficar muito frio, podem vir a óbito”, destaca.
Para serpentes, jabutis e iguanas do Parque são oferecidos abrigos com lâmpadas aquecedoras, aquecimento no piso e no tanque de água. Já aos jacarés e tigres-d’água são oferecidos mais itens utilizados para substrato, como feno, folhas secas e casca de pinus, que facilitam o conforto térmico. Em alguns casos, os animais são ainda removidos de seus recintos e mantidos na área interna.