Livro: Um bispo contra todas as cercas

Dom Pedro ofereceu a sua solidariedade a grupos de religiosos e de trabalhadores e trabalhadoras contra as ditaduras militares no América Latina. Foto: Portal Vermelho

Dom Pedro ofereceu a sua solidariedade a grupos de religiosos e de trabalhadores e trabalhadoras contra as ditaduras militares no América Latina. Foto: Portal Vermelho

Pedro Casaldáliga, catalão radicado no Brasil, merece um livro que o biografe e foque em sua luta contra a escravidão, contra a opressão aos povos indígenas, contra o latifúndio, contra todas as cercas, durante os anos de arbítrio que passou no Brasil desde que chegou aqui em 1968 até o fim da ditadura.

Um livro que mostre que, mesmo depois do fim da ditadura, ele continuou sua luta e recebendo ameaças. Este é o projeto “Pedro do Araguaia, um bispo contra todas as cercas”, idealizado pela jovem jornalista Ana Helena Tavares.

É um projeto que pretende ter rigor jornalístico, ouvindo várias versões e pesquisando diversas fontes. Além de documentos já trazidos do Araguaia, Ana Helena entrevistará pessoas ligadas ao bispo e voltará ao Araguaia. Se tiver oportunidade, irá também à Catalunha, território espanhol onde o bispo nasceu.

Este projeto busca financiamento coletivo, de modo que Ana Helena possa a ele se dedicar, visando, primordialmente, a difusão da história de Dom Pedro Casaldáliga, hoje bem menos conhecida no Brasil do que o necessário para servir de exemplo.

A partir de 10 reais, quem doar terá seu nome incluído entre os colaboradores da obra. Quem doar 30 reais, receberá o arquivo .pdf do livro. Doando 50 reais, o colaborador ganhará o cd “Pedro, Povo e Poesia”, com poemas de Pedro Casaldáliga, sendo todos dele, alguns declamados pelo próprio. E quem doar 80 reais receberá em casa, além de tudo, o livro impresso. Doações maiores são, claro, bem-vindas. A cada 80, um CD e um livro impresso. 160, dois CDs e dois livros impressos, assim por diante. Também é possível optar por doar sem receber recompensa, nesse caso o valor será todo computado como colaboração.

Não custa frisar: o exemplo de pessoas de coragem e os testemunhos de quem conviveu com tais pessoas são elementos vitais para a construção de uma nação. Todos valores doados para este projeto serão revertidos em um Brasil com mais memória. O dinheiro será aplicado, por exemplo, em:

– Curso de aprofundamento em espanhol e noções de catalão, língua materna do bispo.

– Compra de material de papelaria (tinta para impressora, etc…) e livros de referência.

– Manutenção e acessórios para máquina fotográfica e filmadora.

– Telefonemas interurbanos.

– Viagem ao Araguaia, com permanência de no mínimo uma semana.

– Viagem a vários lugares do Brasil onde haja pessoas para dar depoimento sobre o bispo.

– Se possível, viagem à Catalunha.

Os trabalhos serão organizados com o intuito de terminar em 3 anos e promover o lançamento em fevereiro de 2018, por ocasião dos 90 anos de nascimento do biografado (queira Deus que com ele vivo). O livro será oferecido a grandes editoras e 50% de tudo o que a autora obtiver com direitos autorais será doado às duas grandes organizações que o bispo do Araguaia ajudou a fundar: a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Ana Helena Tavares é carioca, nascida no ano das “Diretas Já!”. Jornalista, editora do site “Quem tem medo da democracia? – http://quemtemmedodademocracia.com/ -, entrevistou durante cinco anos quase 30 pessoas que resistiram à ditadura. Tais relatos serão publicados brevemente em livro, a se chamar “Ditadura: o problema é ter medo do medo”. Um dos relatos colhidos foi o de D. Pedro Casaldáliga, bispo emérito da prelazia de São Félix do Araguaia. Foi uma viagem que mudou a vida de Ana Helena. E agora ela quer dedicar-se a fazer um livro só para Dom Pedro, só para as “causas da vida”, que ele a pediu para jamais abandonar.

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