Um professor de informática de Foz do Iguaçu e um professor de química do município de Colombo (PR), até então desconhecidos um para o outro, foram os grandes vencedores do hackathon, a maratona tecnológica que propôs soluções contra a fome no Brasil e encerrou as programações do 20º Congresso Latino-americano de Software Livre e Tecnologias Abertas (Latinoware), nesta sexta-feira, 20.
João Crevones e Wender Souza criaram o PlancWeb, um aplicativo que reúne receitas com plantas alimentícias não convencionais (PANCs) e de fácil cultivo, que podem ser compartilhadas com diversas famílias em situação de insegurança alimentar por meio do contato com ONGs e outros projetos.
Crevones conta que a ideia nasceu a partir da união entre os educadores, que se conheceram de forma inesperada e trabalharam juntos para conquistar o prêmio de R$ 4 mil. “Eu vim ao evento para o Ficiências e conheci o hackathon durante uma palestra. Por acaso o Wender estava lá e comentamos que seria interessante participar. Foi então que decidimos e resolvemos embarcar”, disse.
Com a vitória, Wander afirmou que seguirá em contato com o colega para desenvolver o aplicativo e conseguir resultados que poderão auxiliar centenas de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social. “Vamos reunir esforços e viabilizar esse projeto, pois temos a certeza que terá aplicação dentro da comunidade e será replicado em nosso Estado e no Brasil”, frisou.
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Combate à fome
Ao todo, oito equipes apresentaram projetos e soluções tecnológicas inéditas no hackathon, que tinha como foco o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, que busca erradicar a fome e promover a agricultura sustentável.
Além do PlancWeb, o segundo lugar ficou com o projeto Agrofood, que visa montar cestas básicas com doações de produtores rurais, seguido do Freedge, um aplicativo que liga produtores rurais, empresas e ONGs, visando comprar a produção que não foi escoada para abastecer geladeiras comunitárias. Os estudantes que ficaram com o segundo e terceiro lugar receberam, respectivamente, R$ 3 mil e R$ 2 mil.
Os demais projetos inscritos foram: Agrohealth; Agroplant; Greener; Uniseed e Starv.
O professor Sérgio Accioly, coordenador do hackathon, elogiou o empenho de cada um dos participantes e declarou o sucesso de uma edição importante e que deixará um legado para o evento.
“Eu fico emocionado ao ver esse empenho. São jovens com uma mente brilhante, só precisamos dar a eles um agente motivador. Durante os dias de produção todos eles se dedicaram para entregar o melhor projeto que poderíamos. Três venceram, mas outros cinco também são geniais e poderão, além de gerar negócios, gerar laços. A partir daqui eles vão pensar para muito além das paredes da universidade”, ressaltou Accioly.
Encerramento do Latinoware
A 20ª edição do evento posicionou Foz do Iguaçu como um centro de tecnologia e inovação. Ao longo dos três dias, reuniu cerca de quatro mil participantes de diversos países, como Argentina, Paraguai, México, Portugal e Estados Unidos.
“Entregamos, com muito orgulho, mais uma edição história deste evento que relevante em todo o Brasil. Estudantes e professores se preparam ao longo do ano para estar aqui e adquirir conhecimento que poderia ser obtido em outro lugar. Estamos felizes com o resultado e preparados para que, em 2024, o Latinoware seja ainda melhor”, completou o diretor superintendente do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Professor Irineu Colombo.