Deb foi a primeira indígena a ser eleita deputada para o Congresso americano, tal como no Brasil ocorreu com a deputada Joênia Wapichana (REDE-RR).
Nomeada por Biden e confirmada pelo Senado, Deb Haaland será a nova secretária do Interior. Como responsável por terras federais e recursos naturais, ela deve desempenhar papel-chave no combate às mudanças climáticas.
O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta segunda-feira (15/03) a congressista Deb Haaland como a nova secretária do Interior do governo do presidente Joe Biden. Ela será a primeira pessoa indígena a chefiar um departamento do governo americano e deve desempenhar um papel-chave nos planos de Biden para combater as mudanças climáticas.
Haaland, de 60 anos, é integrante do povo indígena Laguna Pueblo e foi eleita em 2018 deputada pelo Novo México no Congresso dos EUA, tornando-se uma das duas primeiras congressistas indígenas no país.
Nomeada em dezembro por Biden – que prometeu formar “o gabinete mais diverso da história” da Casa Branca – ela foi agora confirmada para o cargo com 51 votos a favor e 40 contra no Senado.
O Departamento do Interior é uma grande agência com mais de 70 mil funcionários, responsável pela supervisão dos recursos naturais do país, incluindo parques nacionais e reservas de petróleo ou gás, assim como pelas terras federais, muitas das quais são lar das mais de 570 tribos reconhecidas federalmente.
Em seu trabalho no Congresso desde 2018, Haaland se dedicou especialmente à melhoria dos serviços para as comunidades nativas, como a assistência durante a pandemia do coronavírus, que afetou muitas famílias indígenas, e aos esforços para proteger a natureza e mitigar as mudanças climáticas.
“Grande honra”
Em comunicado publicado no jornal The New York Times após sua nomeação, Haaland afirmou: “Seria uma grande honra avançar a agenda climática Biden-Harris, ajudar a consertar as relações intergovernamentais com as tribos que o governo Trump arruinou e servir como a primeira secretária nativa americana do gabinete na história de nossa nação.”
Haaland se opõe à expansão de combustíveis fósseis em terras federais e apoia uma drástica redução das emissões para combater as mudanças climáticas, o que fez com que a maioria dos senadores republicanos votasse nesta segunda contra a sua confirmação. Cerca de 25% das emissões no país provêm da queima de combustíveis extraídos de terras e águas públicas.
A escolha histórica de Haaland foi elogiada por líderes indígenas, ativistas e integrantes da ala mais progressista do Partido Democrata. O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que a nomeação de Haaland é um “momento profundamente importante” para o país e ajudará a reparar a relação entre o Departamento do Interior e os povos indígenas que foram tratados de forma injusta.
Reuters, Efe, AFP, AP