Painel moderado pelo diretor-geral brasileiro, Enio Verri, destacou temas como as relações diplomáticas entre os países sócios da usina e o papel da Itaipu no desenvolvimento regional e na inovação científica
O futuro da Itaipu Binacional e as oportunidades que ela oferece ao Brasil e Paraguai foram os temas centrais de um painel moderado pelo diretor-geral brasileiro da empresa, Enio Verri, durante o Fórum de Energia 2023. O evento, promovido pela hidrelétrica na quinta-feira (31), reuniu especialistas do setor no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu (PR), e contou com a participação de mais de 100 pessoas.
As apresentações do painel foram conduzidas por Enio Verri e pelos diretores Justo Zacarías Irún (geral-paraguaio), Renato Sacramento (técnico executivo), André Pepitone (financeiro executivo), Iggor Gomes Rocha (administrativo) e Carlos Carboni (Coordenação).
Eles abordaram temas como a integração entre Brasil e Paraguai, países sócios na usina, o papel da Itaipu no desenvolvimento regional e na inovação científica, as boas relações diplomáticas entre os governos brasileiro e paraguaio, e a necessidade de cuidar do reservatório para garantir a longevidade da hidrelétrica.
Enio Verri e Renato Sacramento enfatizaram o papel de Itaipu como um “backup do sistema”, diante da expansão fontes intermitentes, como a eólica e a solar. Mesmo com a redução de seu percentual de suprimento de energia para o Brasil nos últimos anos, a usina continua sendo essencial para o Sistema Interligado Nacional Brasileiro. Tanto a binacional como outras hidrelétricas desempenham um papel crucial ao garantir o fornecimento seguro e rápido de energia quando demandadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
“Nós somos o grande backup energético deste país”, enfatizou o diretor-geral brasileiro. “Em caso de eventos imprevistos, em poucos minutos a Itaipu consegue despachar energia”, completou. Ele lembrou, ainda, do desempenho fundamental da usina quando fontes eólicas e solares saem do sistema. “Quando o vento para de soprar ou fica escuro, Itaipu é a garantia. Neste contexto, tivemos um dia em que aumentamos a produção de energia 110% em apenas 24 horas.”
O diretor-geral paraguaio, Justo Zacarías Irún, ressaltou a importância da binacional para o Paraguai, chamando-a de “a principal empresa do país”. Ele destacou o excelente relacionamento entre os presidentes Santiago Peña e Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando que a Itaipu é um exemplo contínuo de boa vontade, beneficiando as populações brasileira e paraguaia. “Itaipu é a prática permanente da boa vontade e quem ganha são as populações brasileira e paraguaia”, completou.
O diretor executivo financeiro, André Pepitone, compartilha dessa visão positiva e enfatiza a busca contínua por convergências entre os sócios, incluindo o apoio ao desenvolvimento regional. Na margem esquerda (brasileira), a gestão empossada pelo presidente Lula neste ano ampliou a área de atuação para 434 municípios, sendo 399 deles no Paraná e os outros 35 no Mato Grosso do Sul. Essa iniciativa visa principalmente preservar os corpos d’água que afetam a vida útil do lago, estimada atualmente em 194 anos, evitando a chegada de dejetos que podem causar o assoreamento do reservatório, além de apoiar o desenvolvimento das comunidades locais.
Anualmente, são mais de 14 milhões de toneladas de sedimentos que chegam ao lago, conforme explicou o diretor de Coordenação, Carlos Carboni. “Precisamos minimizar a chegada desses sedimentos e melhorar a vida das pessoas em nosso entorno. É por isso que lançamos o Itaipu Mais que Energia, que ajudará a promover a transição ecológica com qualidade de vida”, completou.
O diretor administrativo, Iggor Rocha, também destacou uma importante ação social em andamento na empresa: o repasse de recursos obtidos com a venda de imóveis que já cumpriram sua função social na empresa para investimento em moradias populares. Em agosto, a Itaipu arrecadou R$ 18,9 milhões com um leilão de 40 imóveis desocupados da Vila A, o primeiro de uma série que ainda está por vir. O valor será integralmente investido na construção de cerca de 200 moradias populares em Foz do Iguaçu (PR).
“Somos uma empresa com características únicas, compartilhamos de muitos princípios de uma estatal, estamos inseridos e profundamente integrados ao contexto de governo federal para melhorar a vida das pessoas, focando em questões de moradia, educação e meio ambiente”, concluiu Rocha.
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