Aministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, reforçou neste sábado (9/12) o comprometimento do Brasil com a meta internacional de ajudar o planeta a transformar 30% das terras, mares e águas doces do mundo em áreas protegidas, a chamada Meta 30 x 30.
Para atingir a meta 30×30 precisamos falar dos territórios e dos direitos indígenas. Fico feliz de ver que aqui neste painel já foi citada essa importância e esse protagonismo dos povos indígenas como grandes guardiões, porque 80% da biodiversidade está em territórios indígenas”
Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas
“O Brasil está comprometido em atingir os 30% da biodiversidade protegida até 2030. Comprometido em fortalecer a Convenção da Biodiversidade e fazer essa relação com a COP do Clima. Sem a proteção da biodiversidade não conseguiremos limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio”, afirmou a representante brasileira, durante reunião ministerial de Alto Nível na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas – COP 28, em Dubai.
“É importante perceber que nós, povos indígenas, pouco a pouco estamos começando a ser compreendidos e reconhecidos no mundo e nas convenções. Uma amostra é essa minha participação aqui. O Brasil vem buscando avançar no cumprimento da meta 30/30 e uma das grandes medidas concretas foi a criação do Ministério dos Povos Indígenas. Estamos aqui com a maior delegação indígena do Brasil já presente em todas as COPs”, continuou Guajajara.
Guardiões – Na COP 28, Sônia Guajajara tem reforçado o papel que os povos indígenas desempenham nos esforços globais para combater as mudanças climáticas. “Para atingir a meta 30×30 precisamos falar dos territórios e dos direitos indígenas. Fico feliz de ver que aqui neste painel já foi citada essa importância e esse protagonismo dos povos indígenas como grandes guardiões, porque 80% da biodiversidade está em territórios indígenas”, ressaltou.
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“Precisamos, então, fazer o mundo e os grandes líderes avançar nos instrumentos de demarcação e garantia da posse plena dos territórios aos povos, bem como práticas para fortalecer o modo de vida e a economia integrada com a natureza. Além de garantir o território, tem que garantir o modo de vida, como forma de enfrentar o garimpo ilegal, o desmatamento e toda a exploração que causa a destruição da natureza”, afirmou a ministra, que pediu atenção especial ao bioma amazônico.
“A Floresta Amazônica envolve oito países da América do Sul, é praticamente do tamanho de todo o Oriente Médio e está perto do ponto de não retorno. Precisamos garantir sua preservação urgente”, concluiu a ministra brasileira.
Urgência – A ministra dos Povos Indígenas também assinalou que as mudanças climáticas exigem um senso de urgência que não permite mais que as discussões passem de ano para ano sem que medidas efetivas sejam tomadas. “Nós já percebemos que 28 Conferências do Clima não foram suficientes para reduzir as emissões”, lembrou.
Segundo a representante do governo brasileiro, é preciso que os debates em torno das florestas não levem apenas a questão do carbono, mas considerem outros pontos igualmente determinantes relativos ao bioma. “É muito importante, para além de pensar na redução das emissões de carbono e ver as florestas como carbono, pensar também na restauração das áreas que já foram degradadas e nas condições, estruturas, apoio e financiamento para proteger a biodiversidade, com toda a diversidade cultural e de pessoas que protegem este planeta e que estão hoje lutando para salvar a Mãe Terra”, continuou.