Brasil e sua instabilidade política, econômica e social

Foto: Reprodução

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Por Amilton Farias – Opinião

Durante anos temos visto um grande avanço de instabilidade no Brasil, percebemos que o país está distante de ser sustentável, tivemos momentos onde se imaginava que o país se tornaria sustentável, porém tudo se perdeu no tempo.

Na época da Ditadura além do abuso de poder e tortura praticada pelos militares a nação vivia em um verdadeiro caos social e econômico. A retirada do transporte ferroviário foi sendo abandonado em prol do rodoviário, o que implicou priorizar a indústria automobilística e expandir as rodovias. A devastação da Amazônia, com slogan do General Castelo Branco que dizia, que era preciso “integrar para não entregar” a Amazônia, a partir daí, começou o desmatamento e muitos dos que se opuseram morreram. ”Ribeirinhos, índios e quilombolas foram duramente reprimidos tanto ou mais que os moradores das grandes cidades”, Os militares diziam que a Amazônia era “terra sem homens”, e deveria ser ocupada, as usinas hidrelétricas de Tucuruí e Balbina e Itaipu no Paraná geraram fortes impactos ambientais e sociais, e até hoje não houve a compensação aos milhares de moradores que saíram para dar lugar às usinas, aqui no Paraná os Guaranis perderam tudo, além da destruição da flora  e fauna.  A luta pela terra foi sangrenta. “Os Panarás, conhecidos como índios gigantes, perderam dois terços de sua população com a construção da BR-163 que liga Cuiabá a Santarém (PA). Dois mil Waimiri-Atroaris, do Amazonas, foram assassinados e desaparecidos pelo regime militar para as obras da BR-174. Nove aldeias desse povo desapareceram e há relatos de que pelo menos uma foi bombardeada com gás letal por homens do Exército”. Isso é só alguns dos desastres sociais, políticos e econômicos, e as profundas cicatrizes deixadas pela ditadura no Brasil.

Com as Diretas Já que foi um dos movimentos de maior participação popular da história do Brasil conseguimos derrubar os militares e com isso todos imaginávamos que iríamos ter um período de estabilidade socioeconômico, porém o Brasil foi entregue nas mãos de caciques políticos que embora chamaram novas eleições e em seguida promulgaram a constituinte estes se apoderaram da nação. Os caciques do PMDB Sarney, Renan, Antônio Carlos Magalhães, Jader Barbalhos e aliados, seguem até os dias de hoje no poder instabilizando a nação através de políticas com interesse pessoal e de poder, sem deixar de lado Michel Temer e Eduardo Cunha que embora envolvidos em graves esquema de corrupção seguem com total influência na política nacional.

Na era FHC e na implementação do real todo o povo brasileiro acreditou que o Brasil se tornaria uma nação mais sustentável, porém  a alta da inflação, o grande aumento do desemprego, a venda de estatais e toda corrupção nos governos de São Paulo, Minas Gerais, as denúncias de corrupção do Propinoduto Paulista e do Mensalão Mineiro, a compra de votos para reeleição do Fernando Henrique Cardoso, somando todo o caos na previdência, o massacre dos professores com o Álvaro Dias/PSDB no Paraná, provaram o quanto instável e inseguro foi essa época. Sem esquecer que os tucanos são expertos em massacrar professores esse ano teve mais um episódio com o Beto Richa/PSDB em Curitiba onde mais de 200 professores ficaram feridos.

Quando Lula assumiu a presidência e com as ações e projetos sociais, vimos um grande avanço social, onde o sonho de uma nação sustentável começou a florir como esperança na mente dos(as) brasileiros(as), porém  mais uma vez a venda do pais em retalhos para seguir no poder fez estancar os avanços.

E a era Dilma além de destruir esses sonhos também fez acordos com aqueles que durante anos criaram leis e tomaram atitudes em benefícios dos empresários e banqueiros ligados ao agronegócio dominado por Kátia Abreu e seu bando, hoje ministra da Dilma. Nesse momento o país vive a maior instabilidade econômica, política e social de todos os tempos por causa de todos os escândalos de corrupção do governo e da sua base e também da oposição que embora não tenha condições ética e moral desejam voltar ao poder a qualquer custo.

Seguimos vivendo uma grande instabilidade política, econômica e social, e nos perguntamos qual é a forma de transformar isso de fato e de verdade? Qual a forma de sair desse efeito sanfona do vai ou não vai? A verdade é que só existe uma forma do Brasil se tornar um país sustentável que é através da mudança do sistema político e dos políticos que lá estão, a forma que está é insustentável e ultrapassada, ele proporciona formas de corrupção e total desmantelamento da nação.

A nível nacional, estadual e municipal já não nos sentimos representados, os que estão hoje, já não nos representam pela forma política que tem governado, onde o trabalhador e as pessoas comum não são vistas, os que estão no poder só veem aqueles que podem trazer benefícios a si, e a sua próxima eleição ou reeleição.

Se fizer uma análise a nível nacional, estadual e municipal, existe uma polarização de dois grupos que sempre se revezam no poder, na verdade o país sempre esteve nas mãos dos mesmos políticos e grupos econômicos poderosos, grupos esses que mantêm os mesmos políticos no poder em troca de vantagens nos contratos e licitações.

Está na hora do Brasil parar e pensar qual é a forma que faria do Brasil uma nação sustentável?

Só existe uma forma, construir um novo modelo político de governabilidade, onde o povo é o protagonista da mudança.

Sabemos que são as pessoas comuns que sofrem na pele o descaso e a instabilidade do país, e ninguém melhor que esse povo que sente na pele, opinar e junto construir a solução, e dar uma resposta sustentável para a instabilidade que as afligem.

Enquanto não houver uma revolução cidadã, enquanto as trabalhadoras e os trabalhadores desse país não se apoderarem, e começarem a tomar os espaços públicos e as decisões, seremos dominados pelos mesmos, e seguiremos sofrendo essa instabilidade que temos vivido há anos.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor (a) e não refletem necessariamente a política editorial do Fronteira Livre

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