A campanha trinacional “Setembro Amarelo – Falar é a Melhor Solução” teve início na manhã de segunda-feira, dia 2, no auditório da Polícia Federal em Foz do Iguaçu. Neste ano, além do envio de um formulário, serão realizadas rodas de conversa em instituições militares e escolas no Brasil, Paraguai e Argentina. Outro destaque é a implementação do Protocolo Trinacional de Orientações para Acolhimento a Pessoas com Pensamento Suicida, que será entregue aos profissionais dos três países durante um evento especial, o DIA D, no Marco das Três Fronteiras. A abertura do evento contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas.
O “Setembro Amarelo” é uma campanha dedicada à conscientização e prevenção do suicídio, com o dia 10 deste mês marcado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Globalmente, o Brasil ocupa o oitavo lugar em número de casos de suicídio. Na Argentina, os suicídios representam 24,6% das mortes por causas externas. Enquanto isso, o Paraguai adota uma abordagem rigorosa de observação e análise para abordar as causas primárias e aprimorar a saúde mental pública.
A Comissão Técnica 4 de Saúde Mental propôs ações coordenadas entre Brasil, Paraguai e Argentina para aumentar a sensibilização sobre o suicídio e identificar sinais de alerta precoce. Em 2023, foram realizadas mais de 180 rodas de conversa na segunda edição do evento. Os lançamentos locais ocorrerão em Hernandarias, no Paraguai, e Puerto Iguaçu, na Argentina. A campanha conta com o apoio do Grupo de Trabalho Itaipu Saúde (GT Itaipu Saúde), do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), da Itaipu Binacional, da Secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu e dos Ministérios da Saúde dos três países envolvidos.
De acordo com Antonio Santana, enfermeiro e diretor de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu, cada nação tem suas razões para agir. Ele destaca que há um grande fluxo de paraguaios que buscam atendimento de emergência no Brasil e brasileiros que estudam no Paraguai. Além disso, a Argentina registrou um aumento significativo nos casos de suicídio. Santana explica: “Atividades como essa preparam as redes de atendimento para receber pacientes com ideação suicida ou que tentaram o suicídio.”
Os objetivos das rodas de conversa nas escolas são divulgar a rede de atenção psicossocial, fortalecer as conexões com as instituições educacionais, identificar indivíduos com sinais de risco de suicídio e aumentar a disponibilidade de serviços de saúde mental. Além disso, professores e equipes pedagógicas serão capacitados para identificar rapidamente sinais de alerta. Os alunos dos três países também continuarão recebendo um formulário de pesquisa sobre saúde mental.