Entrevista: 2 Contra o Mundo

Antes mesmo do grupo começar, agente já sofria preconceitos pelo estilo, pelas roupas, pelas gírias e etc

Foto: Reprodução

Fronteira Livre: Primeiro quero dar um salve e agradecer ao MC Vanny e ao MC Neguinho do Grupo 2 Contra o Mundo por aceitar a entrevista, bom gostaríamos que falassem um pouco sobre o grupo. Como e quando ele surgiu?
2 Contra o Mundo: Bom,primeiramente um salve a todos, então antes mesmo do grupo começar, agente ja sofria preconceitos pelo estilo, pelas roupas, pelas gírias e etc, e também pelo estilo da letra,  alguns pegaram no nosso pé por ser um rap romântico, recentemente falaram ate que agente canta só pra ficar com meninas,

Fronteira Livre: Porque 2 Contra o Mundo?
2 Contra o Mundo: O nome 2 Contra o Mundo ja surgiu por saber que enfrentaríamos muitas dificuldades pelo nosso caminho e logo no começo eu MC Vanny MC Neguinho fizemos uma promessa, que nós nao deixariamos ninguem nos derrubar, mais ou menos isso.


Fronteira Livre:
Qual a opinião de voces sobre o rap em Foz do Iguaçu?
2 Contra o Mundo: Nós acompanhamos o rap ja faz algum tempo aqui na cidade,  desde da época de grandes grupos como Ataque sonoroMandamentos da RuaAliados da Periferia e entre outros, acredito que a cultura rap iguaçuensse salvou muitos manos e minas de entra no mundo do tráfico, contrabando em geral e do caminho errado, e essa cultura nunca morreu, e agora ela ta com força total novamente, com vários projetos, varios eventos e estamos ai, juntos com varios grupos locais da atualidade lutando pra dar continuidade no trabalho desses manos que cantaram no passado que ainda cantam e ainda representam o rap nacional.


Fronteira Livre: Quais são os seus MC’s favoritos aqui no Brasil e lá na gringa?
MC Vanny – Thiagão, Eduardo ex fc, Tribo da Periferia e Sabotage, Tupac, Eminem e Snoop Dog
MC Neguinho – Bonde da Stronda, Racionais MCs, Ultra Face e Trilha Sonora Do Gueto, Chris Brown, Tyga, 50 cent


Fronteira Livre:
Vcs Leem? e veen filmes?Quais vc indicaria?
2 Contra o Mundo: Sim , a leitura é mais um incentivo, é fundamental pra inspirações e tals, filmes sobre a vida dos rappers tbm nos ajudam e mostra que pra uma grande vitória sempre a uma grande batalha, eu MC Vanny, recomendaria o livro “A guerra não declarada na visão de um favelado” do Eduardo ex fc, ai vai um trecho do livro que faz muito sentido para nós “Não podemos ser pedintes.  Quem pede, fica na mão do opressor, quem exige, amputa as mãos do opressor!”


Fronteira Livre:
Como vc acha que o hip hop se movimenta na Fronteira? O que Falta?
2 Contra o Mundo: Como eu disse anteriormente, se movimenta com força total, atravessando varios lares de todas classes sociais pra criar uma única familia, uma corrente pra provar que a cultura hip hop é uma arma para o bem não para o mal, falta mais apoio, principalmente daqueles que curtem nossa cultura mais não comparecem nos eventos, mais isso é questão de tempo até o rap chega em todos os locais assim como um chamado, um recrutamento, ai rsrs ninguem vai segura nosso movimento.


Fronteira Livre:
O preconceito ainda existe? Como vencê-lo/
2 Contra o Mundo: Existe claro, ainda aquela coisa que rap é coisa de bandido, hipócritas julgam a musica só pela batida sem ao menos entender a letra, varios rotulam uma pessoa que curte rap como ladrão, bandido e tals, á uma forma de vencer esse preconceito é estando onde ninguem imaginaria que estariamos, nas casas, nas tvs, nos carros, nas festas, em todo lugar, e em eventos assim como o Rap-Tura,que estamos
se unindo pra fazer o bem, pra ajudar assim como fomos ajudados, uns pelos outros, a união faz a força.


Fronteira Livre: Sabemos que vocês, como qualquer grupo de rap independente, começaram sozinhos na correria. Como é lutar contra o preconceito e o sistema?
2 Contra o Mundo: Começamos a cantar e divulgar o nosso trabalho a pouco menos de 2 anos, e começou com uma homenagem a um nosso grande amigo de infância que faleceu vítima de homicídio (Vitor Dias Tombolato), e muita gente acabou gostando do nosso trabalho, no começo
é sempre díficil, fazer as pessoas ouvirem nosso som, elas aceitarem nosso som, mais sempre tem aquelas pessoas que nois apoioam e é por elas que agente consegue forças pra continuar, um agradecimento eterno e em especial a Oeste os Bang, que abriu um espaço na gravadora pra gente gravar nossas musicas, e cada dia é uma vitória pra quem luta contra o sistema, a parte podre do sistema, nao importa o rítimo do rap, o propósito é sempre o mesmo, o própio sistema rotula certos rítimos aceitáveis pela sociedade e exclui o rap por causa do preconceito, isso é mais um motivo pra gerar nossa união e vencer essa batalha pela liberdade de expressão.


Fronteira Livre: Qual o maior desafio para um artista independente, na opinião de vocês?
2 Contra o Mundo: Divulgação,tem varios artistas espalhados pela cidade que não tiveram a oportunidade de fazer mais pessoas conhecerem seus trabalhos, não é fácil você chegar a uma pessoa e simplesmente cantar pra ela, existe varias barreiras, varios obstaculos a ser vencido no inicio de carreira.

Fronteira Livre: Vcs tem participado dos Rap-tura, o que vc tem achado do Rap-Tura?
2 Contra o Mundo: Um projeto fantástico, que abriu portas para novos mcs trocarem varias ideias, novas amizades e pra gente sempre bom aprender mais um pouquinho com alguem, porque o conhecimento nunca é de mais.

 

Fronteira Livre: Quais os planos para o futuro do grupo? Estão trabalhando em algum novo projeto?
2 Contra o Mundo: Estamos batalhando e escrevendo varias letras para realizaçao de um sonho, que é o primeiro cd, atualmente estamos com 3 musicas gravadas e mais algumas no papel para ir pro nosso cd, estamos na correria ai pra trazer participações de ídolos que atraves do seu som ajudaram agente a estar onde estamos.


Fronteira Livre:
Vocês gostariam de deixar um recado final aos fãs de rap?
2 Contra o Mundo: Gostariamos de pedir a todos pra se unir a nós, comparecer aos eventos, e levar nossa cultura consigo, por que é se ajudando que agente vence, agradecemos de coração mesmo por vocês que estão lendo nossa entrevista e a todos que ajudam essa cultura a ir pra frente, abraço a todos e fiquem em paz.

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