O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inicia neste sábado (1º de junho) a Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos, que se estende até o dia 8 de junho. A ação tem como objetivo principal apoiar as famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e denunciar os impactos do agronegócio na crise ambiental e no aumento dos eventos climáticos extremos.
A Jornada será marcada por diversas atividades de luta e resistência protagonizadas por trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra em todo o país. A iniciativa também destaca a necessidade urgente da Reforma Agrária Popular como ferramenta fundamental para o enfrentamento da crise ambiental. Através da democratização da terra e da promoção de um modelo produtivo baseado na agroecologia e em novas relações sociais, o MST busca construir um futuro mais sustentável para o Brasil.
A Jornada acontece na mesma semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. Esta data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, serve como um lembrete da importância da preservação dos recursos naturais e da necessidade de ações concretas para combater os problemas ambientais que afetam o planeta.
Agronegócio e seus devastadores efeitos nos biomas brasileiros
Dados do Relatório Anual de Desmatamento no Brasil da MapBiomas, divulgado em 2023, revelam um cenário preocupante: a Amazônia e o Cerrado concentraram mais de 85% da área total desmatada no país. O Cerrado, pela primeira vez, superou a Amazônia em termos de desmatamento, com 1.110.326 hectares devastados, um aumento de 67,7% em relação ao ano anterior. Já na Amazônia, apesar da redução de 62,2% no desmatamento em comparação a 2022, a situação ainda é crítica.
O Pantanal também não escapou dos impactos da ação humana, registrando um aumento de 59,2% no desmatamento, com a área média dos alertas crescendo 35,9%, totalizando 158,2 hectares. Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu mais de 8,5 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a duas vezes a área do estado do Rio de Janeiro. Segundo o relatório da MapBiomas, a pressão da agropecuária foi responsável por mais de 97% da perda de vegetação nativa no país nesse período.
Na Caatinga, um novo desafio surge: o desmatamento relacionado a projetos de energia solar e eólica aumentou para 24%, com a perda de mais de 4.302 hectares. Além disso, mais de 37 mil hectares foram desmatados devido à pressão do garimpo, afetando principalmente o estado do Pará.
Leia mais: Vista-se para o sucesso: um guia completo de estilo masculino
A Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos promovida pelo MST é um marco crucial na luta pela preservação do meio ambiente e pela construção de um futuro mais justo e sustentável para o Brasil. Através da mobilização social e da conscientização sobre os impactos do agronegócio, o MST busca impulsionar a Reforma Agrária Popular e construir um modelo de desenvolvimento que respeite os recursos naturais e garanta o bem-estar das pessoas.
Junte-se à Jornada e Participe da Luta pela Natureza!