Em um encontro histórico realizado no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, entre os dias 6 e 9 de maio, 34 instituições se uniram para discutir o futuro da jacutinga (Aburria jacutinga) e do mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii), duas aves endêmicas da Mata Atlântica que se encontram em sério risco de desaparecer. A oficina, organizada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE | ICMBio), com o apoio do Instituto Claravis e do IUCN SSC Grupo Especialista em Planejamento de Conservação | Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil (CPSG | CSE Brasil), marcou um passo crucial na luta pela preservação da rica biodiversidade brasileira.
Com o objetivo de elaborar um Programa de Manejo Populacional (PMP) para as duas espécies, a oficina reuniu 30 especialistas presenciais e 7 remotos, representando a força de um amplo leque de instituições engajadas na causa. Eduardo Araújo, coordenador do PAN Aves da Mata Atlântica, ressaltou a importância da colaboração multidisciplinar: “A integração de esforços de diferentes instituições em um plano colaborativo aumenta significativamente as chances de sucesso na conservação dessas aves.”
Ao longo dos quatro dias de imersão, os participantes aprofundaram seus conhecimentos sobre o status das aves na natureza e em cativeiro, além de explorarem as melhores práticas de manejo para garantir sua reprodução e reintrodução em seus habitats naturais. Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, destacou o valor do intercâmbio de conhecimentos: “A diversidade de perspectivas e experiências é crucial para ações de conservação mais efetivas, pois nos permite abordar o problema de diferentes ângulos e encontrar soluções mais abrangentes.”
Tanto a jacutinga quanto o mutum-do-sudeste figuram na triste lista das espécies ameaçadas de extinção. O mutum-do-sudeste, com apenas algumas centenas de indivíduos na natureza, habita áreas restritas da Bahia e do Espírito Santo, além de populações reintroduzidas em Minas Gerais. Já a jacutinga, sofrendo com a perda de habitat e a exploração da palmeira-juçara, fonte essencial de alimento, está quase extinta em diversas regiões.
O encontro em Foz do Iguaçu representou um passo decisivo na luta pela preservação da jacutinga e do mutum-do-sudeste. A partir das discussões e do conhecimento compartilhado, os participantes se comprometeram a continuar trabalhando em conjunto para garantir a sobrevivência dessas aves. “Destacamos a importância da união de esforços entre zoológicos, criadores e especialistas para garantir um futuro sustentável para a jacutinga e o mutum-do-sudeste,” reforçou Paloma Bosso.
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Deni Schwartz, do criadouro Confauna, ressaltou o papel crucial dos criadores no processo de conservação: “A expertise dos criadores é fundamental para a manutenção e multiplicação das populações em cativeiro, base para projetos de reintrodução bem-sucedidos.”
A oficina em Foz do Iguaçu consolidou parcerias essenciais e traçou um caminho colaborativo para a conservação das aves ameaçadas. Com um plano integrado, o engajamento de especialistas dedicados e a união de esforços entre diferentes instituições, há esperança para um futuro mais seguro para a jacutinga e o mutum-do-sudeste na Mata Atlântica. A união de todos os setores da sociedade é fundamental para garantir a preservação da rica biodiversidade brasileira para as futuras gerações.