Defensoria Pública Apoia Indígenas Atingidos por Incêndio na Grande Curitiba

Comunidade da Floresta Sagrada de Piraquara busca assistência para proteção territorial e treinamento de brigadistas após queimadas frequentes

Representantes do território indígena Floresta Sagrada de Piraquara, localizado na região metropolitana de Curitiba, foram recebidos pela Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) após um incêndio devastador que atingiu a área na última quinta-feira, 12 de setembro. O grupo solicitou assistência urgente para proteger seu território e suas famílias, uma vez que a ocorrência de incêndios se tornou cada vez mais comum na região. Atualmente, cerca de 44 pessoas habitam a Floresta Sagrada.

Incêndios e Seus Impactos

As lideranças locais informaram que aproximadamente 100 hectares já foram afetados por queimadas em 2024. Além do risco iminente para as famílias, os incêndios causam a morte de animais e a destruição da vegetação, comprometendo a biodiversidade local. Os indígenas pediram apoio da DPE-PR para obter equipamentos adequados e treinamento para brigadistas, a fim de enfrentar essa situação crítica de forma mais eficaz.

A defensora pública Camille Vieira Costa destacou que a Defensoria também buscará informações sobre ações preventivas contra queimadas junto ao Instituto Água e Terra (IAT), órgão responsável pela gestão da Floresta Sagrada, oficialmente conhecida como Reserva Florestal Estadual Metropolitana de Piraquara. “Este é um território que tem uma importância histórica para os povos indígenas. Além da preservação ambiental, o Poder Público deve garantir a permanência segura da comunidade e sua proteção cultural”, afirmou a defensora.

Histórico e Reivindicações

A Floresta Sagrada de Piraquara abrange quase 450 hectares e, em 2021, o IAT formalizou um termo de cooperação técnica com as famílias indígenas após 47 dias de ocupação na área. As comunidades reivindicavam o direito de viver na floresta, reflorestar o local e estabelecer um centro de formação em cultura e direitos indígenas. A DPE-PR se comprometeu a apresentar à IAT os pedidos de maior fiscalização sobre o descarte de lixo e materiais orgânicos na região, que agravam a situação ambiental.

Ações de Educação e Sensibilização

Além disso, a comunidade indígena propôs a implementação de ações de educação ambiental focadas em queimadas, visando sensibilizar a população local sobre os riscos e as consequências do fogo descontrolado. Este esforço inclui workshops e campanhas informativas, com o objetivo de promover uma convivência mais harmoniosa com o meio ambiente.

Colaboração Interinstitucional

O encontro contou com a participação da assistente social Patrícia Dutra e da ouvidora-geral Karollyne Nascimento, que reforçaram o compromisso da DPE-PR em apoiar as demandas da comunidade. Este trabalho está alinhado à nova abordagem da Defensoria, que está em transição do Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos para o Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, destacando a importância das questões étnico-raciais nas políticas públicas.

Com essas iniciativas, a Defensoria Pública do Paraná reafirma seu papel fundamental na proteção dos direitos das comunidades indígenas, buscando garantir não apenas a segurança territorial, mas também a preservação cultural e ambiental da Floresta Sagrada de Piraquara.

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