Aty Guasu denuncia a "agromilícia" e solicita ao MJ que ordene a desmobilização de acampamentos de agricultores na Terra Indígena

Anciãs Guarani Kaiowá rezam na direção dos capangas armados que ameaçam a comunidade nas retomadas da região de Douradina. Foto: Comunicação da Aty Guasu

Anciãs Guarani Kaiowá rezam na direção dos capangas armados que ameaçam a comunidade nas retomadas da região de Douradina. Foto: Comunicação da Aty Guasu

A Grande Assembleia Guarani e Kaiowá, Aty Guasu, solicitou a intervenção do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para desmobilizar acampamentos de produtores rurais em Douradina (MS) na Terra Indígena Panambi Lagoa Rica. Em Brasília, os indígenas denunciaram oficialmente que esses acampamentos estão sendo usados como base para uma milícia rural que está atacando as retomadas feitas pelos Guarani e Kaiowá em um território considerado tradicional pelo Estado desde 2011.

Os representantes da Aty Guasu pedem que os membros da milícia conhecida como “agromilícia” sejam identificados e processados criminalmente pelas autoridades. Desde 14 de julho, os Guarani e Kaiowá relatam ter sido cercados por pessoas armadas. Fazendeiros e apoiadores de ideias anti-indígenas, incluindo pré-candidatos bolsonaristas, promoveram esses ataques. A milícia está operando a cerca de 100 metros dos acampamentos indígenas e tem realizado ataques coordenados, utilizando armamentos pesados e incitando violência física e mental contra os povos.

O relatório entregue a Lewandowski descreve a intensidade da situação, incluindo relatos de ataques recentes em que pelo menos dez pessoas ficaram feridas. A Aty Guasu compara a situação com a disseminação de informações por grupos de extrema-direita no Reino Unido e denuncia o uso de notícias falsas para fomentar ódio contra os indígenas. A organização diz que a criação de uma milícia para expulsar os indígenas demonstra um total desrespeito pelo Estado de Direito. Eles pedem uma ação imediata para garantir os direitos dos Guarani e Kaiowá.

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