Por Amilton Farias – Opinião
Em 2017, vimos a perda de direitos trabalhistas conquistados com muita luta no passado.
Em 2017, vimos o retrocesso ambiental com o aumento do desmatamento na Amazônia, a redução do nível de proteção de áreas florestais e o fortalecimento da política energética nos combustíveis fósseis.
Em 2017, chegamos ao cúmulo do absurdo de ouvir de um candidato à presidência em 2018 a declaração de morte para negros, índios e quilombolas; ao mesmo tempo que ouvíamos ele dizer que mulheres deviam ganhar menos que os homens porque procriam.
Em 2017, tivemos que lutar contra esse governo impopular que junto aos seus aliados quiseram amenizar a lei contra o trabalho escravo, favorecendo os que veem o trabalhador como se fossem simples máquinas de fazer dinheiro, apenas fonte de lucro.
Em 2017, vimos o aumento da liberação dos agrotóxicos e toda sorte de venenos fortalecendo o modelo mais sujo e cruel do agronegócio.
Em 2017, vimos pessoas serem assassinadas por serem homoafetivas, vimos ainda o espancamento e a violência contra a mulher aumentando.
Em 2017, vimos os poderes executivo, legislativo e judiciário envolvidos em toda sorte de falcatruas e corrupção, livrando apenas seus aliados políticos da prisão.
Em 2017, vimos políticos que trocaram a postura pela estrutura, sem se preocuparem com alianças e acordões. Egoísta! Achando que o seu projeto pessoal era mais importante que o projeto coletivo, traindo pessoas e o próprio projeto em si.
Em 2017, vimos o descaso com a educação e com os profissionais do ensino, com a retirada de direitos e com o projeto da lei da mordaça que anula a liberdade dos educadores dentro da sala de aula.
Em 2017, vimos a religião dominando o Estado, querendo ditar regras como se tivéssemos uma só fé no pais, desconsiderando a laicidade do Estado e a liberdade dos seres humanos.
Mas como diz o velho ditado “a esperança é a última que morre” e a nossa esperança está no povo brasileiro, no trabalhador, na dona de casa que administra o lar, que cuida da família e ainda sai cedo para trabalhar para ajudar seu marido na renda mensal. Sem falar das mães solo que fazem tudo isso e muito mais. A nossa esperança esta nos jovens que são a força motriz da nação, que lutam por oportunidades de trabalho e acesso à educação livre e integral.
Em 2018, espero que cada ser humano possa se reconhecer como parte da sociedade e assim lutar por aquilo que lhe é direito.
Em 2018, espero que a intolerância religiosa e o racismo sejam vencidos, que a homofobia e o machismo sejam erradicados, surgindo assim uma sociedade livre no pensar, no agir e no viver.
Em 2018, espero o fortalecimento da agricultura familiar. da permacultura e da agroecologia, e que possamos compreender que a economia solidária é o caminho do crescimento econômico sustentável.
Em 2018, espero que possamos entender que todos nós somos descendentes de imigrantes e que esse entendimento nos sensíbilize com os refugiados, recebendo-os, aceitando-os e acolhendo-os com amor e respeito para que em seus corações também nasça a esperança.
Em 2018, espero que juntos consigamos hackear o sistema político criando maneiras de eliminar a corrupção e os corruptos.
Em 2018, espero que o desejo de uma sociedade justa e fraterna possa estar presente no interior de cada um e que o egoísmo e o medo sejam vencidos pela esperança.
Em 2018, espero que o mundo possa entender que os projetos políticos só são bons quando são inclusivos, sem deixar nenhum setor da sociedade fora, não importando a raça, o credo ou a sexualidade.
Em 2018, espero que nos unamos por uma sociedade livre. sem amos. E que a sede por liberdade seja maior e mais forte e que supere o desejo de opressão dos que nos oprimem.
Enfim digo: MULHERES, não se calem, denunciem o agressor. lutem pela sua total liberdade. HOMENS, criem consciência e resistam a toda opressão contra o trabalhador. JOVENS, que a esperança que esta em vós cresça e se fortaleça e não se esqueçam que em vós esta a certeza que no futuro seremos livres do fascismo, da intolerância e das injustiças sociais.
Assim desejo um 2018 Feliz, e que a Esperança vença o Retrocesso.
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*Amilton Farias é jornalista do Portal Fronteira Livre
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