Na sexta-feira, 24 de maio, a Câmara Municipal de Foz do Iguaçu foi palco de uma importante audiência pública para discutir os impactos da Perimetral Leste, especialmente o isolamento de bairros como Mata Verde e Floratta. O evento, proposto pelo vereador Dr. Freitas (PSDB), contou com a presença de lideranças comunitárias, autoridades e representantes de diversos setores.
Diego Garcia, líder comunitário do Mata Verde, relatou as dificuldades enfrentadas pelos moradores com o acesso a serviços básicos como saúde, educação, comércio e transporte. “A obra era necessária, mas não dessa forma. Precisamos de alternativas para acessarmos mercados, postos de saúde, escolas e postos de combustíveis. O transporte escolar e os aplicativos também foram afetados”, ressaltou.
O vereador Dr. Freitas criticou a ausência do DNIT e de deputados federais na audiência, lamentando a falta de diálogo com a comunidade e a repetição dos erros da BR-277, que dividiu a cidade. “Ajustar depois que a obra está pronta é muito difícil”, alertou.
Whelinton Meni, engenheiro do consórcio responsável pela obra, explicou que o projeto foi aprovado e que o consórcio não tem autonomia para fazer alterações. Marcus Arantes, representante do DER, reforçou que a execução se limita ao projeto original do DNIT.
O vereador Ney Patrício (Podemos) demonstrou apreensão com o aumento da demanda na Perimetral em 30 ou 40 anos, enquanto Anice Gazzaoui (PP) propôs a criação de uma comissão para elaborar um relatório e buscar soluções. Já o Cabo Cassol (PL) questionou a atuação do prefeito na época da aprovação do projeto e cobrou medidas práticas para os problemas atuais.
Andrey Bachixta, secretário de planejamento de Foz do Iguaçu, informou que a prefeitura está elaborando projetos complementares para incluir soluções viárias em áreas como Mata Verde e Porto Meira, buscando minimizar os impactos da obra.
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Fernando Sivelli, chefe substituto do Parque Nacional do Iguaçu, alertou para os impactos ambientais e as inundações no bairro Floratta. Ele cobrou a presença do IBAMA para fiscalizar a obra e garantir a preservação ambiental.
Comunidade cobra participação e soluções definitivas
Dantas Duarte, do Fórum de Proteção Ambiental, destacou os impactos ambientais da obra, como o desmatamento e as escavações em nascentes, e questionou a passagem da obra em áreas de corpos d’água. Moradores como Vilmar Kreling e Patrícia Zandonade, do Mata Verde, lamentaram a falta de consulta popular no planejamento da obra e defenderam a criação de um instituto de planejamento urbano com participação da comunidade.
Ao final da audiência, ficou acordado o envio das demandas da comunidade às autoridades responsáveis e a realização de novas reuniões para buscar soluções que evitem o isolamento das comunidades e mitiguem os impactos da Perimetral Leste.
Acompanhe os desdobramentos da discussão sobre a Perimetral Leste e participe das próximas mobilizações para garantir que a obra atenda às necessidades da comunidade e minimize os impactos negativos.