Você já ouviu falar em onicomicose?

A onicomicose é a infecção crônica das unhas provocadas por fungos, estes se alimentam da queratina, proteína presente no corpo da unha

Foto: Reprodução

Por Rozelia Pretko – Opinião

Esta afecção afeta aproximadamente 20% da população mundial adulta entre 40 a 60 anos de idade. É mais frequente em mulheres, devido ao hábito de frequentar manicures e pedicures. Raramente afeta crianças, talvez pelo rápido crescimento da unha, complicando o desenvolvimento do microrganismo.  Normalmente, a onicomicose acomete a unha do “dedão” (Hállux), devido ao crescimento mais lento desta unha. São responsáveis por até 40% de todas as alterações ungueais e 30% das infecções fúngicas da pele. Vários estudos têm demonstrado aumento na prevalência de onicomicose, devido a diversos fatores, entre eles o aumento da expectativa de vida.

A prevalência da micose aumenta nos idosos, por apresentarem fatores predisponentes, como má circulação, doença arterial periférica, redução da eficiência do sistema imunológico e traumas pré-existentes. Há outros fatores que favorecem a infecção como sapatos fechados, tornando o ambiente favorável para o crescimento dos fungos, úmido, escuro e quente. Uso de meias sintéticas, umidade excessiva nos pés, andar descalço em lugares públicos como piscinas, clubes, praias, e a  falta de cuidados pessoais.

A unha sofre aumento da espessura, descola do leito ungueal e apresenta coloração alterada, ficando opaca, esbranquiçada ou amarelada e quando amarelo esverdeado sugere a presença de bactérias. O diagnóstico é feito através de exames micológicos, com amostra ungueal.

Outras doenças podem alterar a estrutura da unha como psoríase ungueal, infecção bacteriana, dermatite de contato, tumores nas unhas,  descolamento traumático entre outras, podendo ser confundida com onicomicose. Por isso a necessidade do exame.

Existem quatro tipos, considerados, de onicomicose. O exame além de diagnosticar a doença, irá identificar o tipo de fungo causador. O tratamento pode ser através de medicamento por via oral ou tópica e, em alguns casos, ambos. O tempo de tratamento é longo, podendo chegar a um ano. Por isso, o sucesso depende do uso correto das medicações e cuidados complementares. O paciente deve seguir todas as orientações, ser persistente e ter paciência. Não interromper o tratamento antes do tempo, mesmo que apresente melhora, pois a infecção pode ainda estar presente.

Busque ajuda!

O tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, dermatologista e podólogo. O paciente poderá ser submetido à avaliação clínica, revisão dos medicamentos e monitoramento com exames micológicos e gerais.

Na podologia, além do procedimento de podoprofilaxia, com a realização do corte correto das unhas, uso de lixas, retirada do excesso de cutículas, desbaste de calos, calosidades e hidratação, é feito  desbaste parcial do corpo da unha acometida, que tem como função diminuir a massa fúngica e gerar maior absorção dos medicamentos. É também, realizado terapias combinadas, associando óleos essenciais, loções específicos e esmalte terapêutico com eletroterapia, led ou laser terapêutico. Essas terapias aumentam a taxa de cura e diminui o tempo de tratamento.

A onicomicose é uma infecção que merece atenção, pelo dano que acarreta. A qualidade de vida é prejudicada, a autoestima fica reduzida, a capacidade funcional pode ser afetada, interferindo nas rotinas. Pode ainda ser uma porta de entrada para infecção causada por outros microrganismos, principalmente em idosos. Em pacientes diabéticos, com a doença avançada, pode agravar e evoluir para amputação de membros inferiores.

Como prevenir?

Para prevenir contaminação alguns cuidados simples, são indispensáveis como:

– Lavar bem os pés e as unhas; – Secar bem, principalmente entre os dedos; – Manter as unhas dos pés aparadas; – Evitar andar descalço em locais públicos piscina, clubes, praia; – Evitar retirar cutícula excessivamente, bem como usar sapatos apertados; – Trocar diariamente, sapatos e meias; – Evitar calçados de material sintético, utilizar material esterilizado em manicures; – Manter uma alimentação equilibrada, cuidar da saúde como um todo; – Consultar o podólogo para cuidados preventivos e manutenção da saúde dos pés.

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*Rozelia Pretko é podóloga e empresária na cidade de Guarapuava no Paraná

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