Relembrando Jair Messias Bolsonaro

Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro. Heródoto

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Por Giovanni Antunes – Opinião

Em maio de 2017 a Rádio Jovem Pan proporcionou um debate entre o professor Marco Antônio Villa e o então deputado Jair Messias Bolsonaro, a ideia era discutir sobre um eventual governo e quais medidas seriam adotadas nas áreas da Economia, Educação, Saúde e política externa.

Sobre Economia, Bolsonaro é indagado a apresentar qual será a sua política econômica e responde de modo evasivo “sem honestidade você…”

Pela segunda vez, o professor lhe provoca a falar de Economia, menciona o então senador Aécio Neves sobre uma indicação a Vale do Rio Doce, ele prossegue afirmando “eu não sou economista”, “honestidade é coisa rara”, “cê tem que partir pro bilateralismo”. Em uma tônica recorrente de bordões facilmente digeríveis pelo senso comum. O velho escapismo político, a saída pela tangente para tirar o foco do que é urgente.

Em determinado momento, Bolsonaro compara a Economia Paraguaia à brasileira e, por volta dos nove minutos, a distorção da temática Economia, a imposição de argumentos falaciosos no grito, dá lugar ao período militar. O professor Villa diz: “eu defendi as liberdades, a democracia” e Bolsonaro rebate: “falar que você não tinha liberdade no período militar ‘cê tá de brincadeira”. Haveria entendimento real sobre manutenção das liberdades de expressão durante o regime militar? De qual planeta será que o deputado em questão se referia?

Ao todo foram vinte minutos de uma conversa nada conclusiva e repleta de pessoalidades. Uma aula de como manter-se firme sem nenhum argumento que não fosse a agressividade, o ataque, para se apoiar.

A discussão segue sem uma clara linha de raciocínio mas, bateu recorde de audiência naquele dia. Ao completar três anos, o debate entre Villa e o agora Presidente da República Jair Messias Bolsonaro tem muito a nos ensinar, as atitudes tomadas perante a maior crise na história já podiam ser observadas naquele encontro, no entanto, passaram despercebidas devido a uma polarização política, à intransigência travestida na falsa humildade de estar ali para aprender com o professor Villa, se contradizendo a todo o tempo com generalizações. Contudo, como já dizia Cezar Santos: “triste do país que precisa de herói. O Brasil precisa.”

Confira o debate na integra: 

___

*Giovanni Antunes é historiador e professor da rede municipal em Foz do Iguaçu

____________________________________________

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor (a) e não refletem necessariamente a política editorial do Fronteira Livre

Sair da versão mobile