Quando o perigo bate a porta

Casos da Covid19 começam a surgir em praticamente todas as cidades, sobrevém também a oportunidade de fazermos profundas reflexões

Foto: Divulgação

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Por Thiago Barros – Opinião

No instante em que os casos da covid-19 começam a surgir em praticamente todas as cidades, sobrevém também a oportunidade de fazermos profundas reflexões no campo do comportamento social, humano e político.

Esse momento de comoção mundial exige de todos nós, uma série de mudanças e adaptações importantes, tanto pessoal quanto espiritual, que unido a coletividade e solidariedade, se tornam as ferramentas cruciais para vencermos esta pandemia e construirmos um novo mundo, sensível e humanizado, aberto a natureza, sociedade e o semelhante, o que infelizmente está escasso nos dias de hoje.

Lamentavelmente o que estamos presenciando além do desapego ao isolamento social promovido pelo presidente Jair Bolsonaro, é uma total discrepância por parte de muitos gestores municipais que mesmo dispondo de mecanismos, encontram-se desnorteados e desprovidos de toda e qualquer estratégia que venha impedir a entrada do vírus em suas cidades (maioria delas sem qualquer tipo de estrutura hospitalar).

Enquanto não houver respostas concretas e técnicas a essas questões, em especial no tangente a uma vacina ou medicamento que neutralize o vírus , a proteção da população continuará sendo a melhor estratégia, por isso se faz necessário que os agentes públicos em todas as esferas tenham senso de responsabilidade.

Não podemos dar ouvidos aqueles que criam uma dicotomia entre vida e economia, afirmando que a quarentena é algo exagerado, indo na contramão da racionalidade, da ciência e da OMS. Ou naqueles que desaparecem no meio do colapso.

Como bem alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a doença, não atinge ou mata somente idosos. Medidas de prevenção e tratamento devem ser empregadas também por jovens e crianças.

O combate ao Coronavírus é uma questão política, de saúde pública e sanitária. Pensar e agir coletivamente é uma questão de sobrevivência. De fato, o Coronavírus não suspendeu a política, ele revelou a natureza do poder, daqueles que se mostram em todos os níveis incapazes de lidar com a crise e seus precedentes.

Não aceitaremos mais, viver de demagogias, incertezas e entregues a própria sorte. O preço do cuidado é menor que o do reparo e por enquanto estamos descuidados, se o vírus adentrar reparar será impossível. Isso porque o perigo já bate a porta, o sinal vermelho emerge, o alerta é para um despertamento ao menos é assim que se espera, afinal não queremos para o amanhã dias obscuros e incertos…

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*Thiago Barros é professor, historiador, ativista socioambiental e militante político em Várzea do Poço/BA é 

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor (a) e não refletem necessariamente a política editorial do Fronteira Livre

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