Custo para Recuperação de Pastagens Degradadas Chega a R$ 116 Bilhões, Revela Simpósio

V Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras discute soluções para fortalecer o setor e promover práticas sustentáveis.

Foto: Divulgação

O V Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras, realizado em paralelo ao XXII Congresso Brasileiro de Sementes, trouxe à tona a urgência da recuperação de pastagens degradadas no Brasil, cujo custo estimado ultrapassa R$ 116 bilhões. O evento reuniu representantes do governo, da iniciativa privada e produtores para debater a importância das sementes forrageiras na sustentabilidade ambiental.

O engenheiro agrônomo Marco Antônio Fujihara apresentou dados alarmantes sobre a degradação do solo no país. Com 159 milhões de hectares de pastagens, 63% (99 milhões de hectares) estão degradados, sendo 41% com degradação intermediária e 22% com degradação severa. O levantamento do Banco do Brasil destaca que a recuperação dessas áreas é essencial para aumentar a produtividade, recuperar a biodiversidade e reduzir a pressão sobre novas terras.

Importância das Sementes Forrageiras

Fujihara enfatizou que o uso de sementes forrageiras é crucial para a rápida recuperação de áreas degradadas. Ele afirmou que, ao plantar forrageiras, o tempo para recuperação pode ser reduzido de cinco para apenas dois anos. Um exemplo apresentado foi uma fazenda no Mato Grosso, que, após a introdução de forrageiras, deixou de ser semidesértica e recuperou sua produtividade.

Entretanto, o alto custo da recuperação é um desafio significativo para muitos produtores. O mercado de forrageiras, que atingiu R$ 5 bilhões em 2023, é impulsionado pela integração lavoura-pecuária. Marcos Roveri José, do Comitê de Forrageiras da ABRASEM, destacou a braquiária e a russians como as espécies com maior produção e importância na retenção de carbono.

Evolução e Desafios do Setor

A pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Jaqueline Verzignassi, ressaltou a conexão entre o setor de forrageiras e a sustentabilidade econômica e ambiental. O simpósio abordou inovações na produção de sementes e oportunidades de negócios, reunindo produtores e pesquisadores para discutir estratégias eficazes.

Izabela Mendes Carvalho, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), apontou que há uma necessidade urgente de atualização nas normativas relacionadas às sementes forrageiras. Embora o trabalho tenha começado, não há previsão de conclusão. A coordenadora destacou as peculiaridades das sementes forrageiras e a importância de regulamentações adequadas para o setor.

Com a degradação das pastagens sendo um tema cada vez mais relevante, o simpósio reforçou a necessidade de ações práticas e políticas públicas que promovam a recuperação e a sustentabilidade das terras brasileiras.

Sair da versão mobile