A inflação no país segue em ritmo acelerado. No mês de agosto, por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, subiu para 9,68%, considerando o acumulado de 12 meses. Isso fez com que os economistas revisassem suas previsões sobre o que esperar do mercado nos próximos meses.
Essa escalada sem trégua nos preços de bens de consumo essenciais acaba afetando o bolso do trabalhador brasileiro, gerando o seguinte questionamento: por que está tudo tão caro no Brasil? A resposta para esta pergunta pode ser encontrada não só em um, mas em diversos fatores.
Gasolina
No caso da gasolina, cujo preço médio chegou a R$ 6 na semana de 11 de setembro, e passou de R$ 7 em alguns locais, segundo dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as variantes são inúmeras. A principal inclui a cotação do barril de petróleo e câmbio, que vem de uma sequência de altas desde o início deste ano.
Tendo em vista que a cotação pela qual a Petrobras se orienta é feita em dólar, a moeda americana acaba impactando diretamente o real, que acaba perdendo seu valor.
O efeito cascata na alta dos combustíveis também passa pelo crivo dos estados, que aplicam o ICMS sobre o preço final dos produtos. Tudo isso pode ser somado ainda ao cenário nacional de instabilidade política.
Supermercado
O preço dos alimentos também vem de um histórico de altas já há alguns meses. Neste cenário, o papel do dólar acaba influenciando nas idas ao supermercado. Isso porque as commodities agrícolas, no caso do milho, açúcar, laranja, trigo, café e carne, são cotadas em dólar. Sendo assim, se elas sobem, o preço dos produtos acompanham as escaladas.
A alta no dólar também faz com que os produtores exportem cada vez mais produtos, reduzindo a oferta para o mercado interno. Tal processo é outro fator que empurra os preços dos alimentos cada vez mais para cima.
A tudo isso ainda pode ser somado o fator climático, em que a falta de chuvas, por exemplo, provocou a quebra de safras em diferentes regiões produtoras, afetando a cultura do café, da soja, milho, dentre outros tipos de alimentos.
Conta de luz
Por fim, mas não menos importante, estão os aumentos na conta de energia elétrica. O principal motivo é a escassez hídrica, causado pela falta de chuvas em diversas regiões do país.
Para manter o fornecimento de energia, foi necessário recorrer às usinas termelétricas, que operam por meio de gás natural, óleo diesel, biomassa e carvão. O objetivo é compensar a redução da oferta pelas hidrelétricas.
No entanto, a energia termelétrica acaba sendo mais poluente e cara, o que exige a cobrança de um adicional na conta de luz, como explicou o governo no último dia 31 de agosto.
Como forma de reduzir o consumo e promover a economia pelos brasileiros, foi anunciada uma bandeira tarifária de energia elétrica, mais cara. Prevista para durar até abril do próximo ano, ela estabelece que a cada 100 kWh consumidores, uma cobrança de R$ 14,20 seja incluída na conta de luz.
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