Mario Quintana: por que estudamos sua obra e devemos manter sua memória viva?

Foto: Divulgação

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Impossível não lembrar de Mario de Miranda Quintana em 30 de julho, dia de seu nascimento. O poeta, tradutor e jornalista natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul, encantou e ainda encanta um público de faixas etárias variadas e de diversas regiões do país pelo jeito peculiar de escrita, pela inspiração retirada do cotidiano brasileiro e pela simplicidade, aspectos bem característicos da segunda geração modernista (1930-1945).

Assim, o alegretense tornou-se influente na literatura e suas obras clássicas são estudadas pelas novas gerações. Levando em conta esse cenário, Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, comenta sobre a importância de manter viva a memória do poeta, inclusive para o estudo dos vestibulandos.

Legado de Mario Quintana

Segundo Thiago Braga, Mario Quintana incorporou o sentimento do modernismo brasileiro e abraçou a ideia de propor algo novo, fugindo de uma literatura mais tradicional e abrindo espaço para a criatividade. “Quintana deixa o legado da inventividade, da liberdade poética. Ele surfa nas liberdades estéticas conquistadas pelo nosso modernismo”, conta o autor do Sistema pH.

Braga também ressalta a versatilidade de Quintana que serviu de inspiração para muitos autores brasileiros. “Alguns poemas carregam carga filosófica, outros poemas falam de elementos completamente cotidianos que retratam a sociedade brasileira, de modo geral. Temos, então, um poeta completo que transita entre o erudito e o popular com muita facilidade”, aponta Braga.

De que forma o autor é importante para o Enem?

Em provas como o Enem, por exemplo, uma das exigências é que o participante tenha o repertório sociocultural entre as competências desejadas. Com a devida carga de leitura de obras de referência, o aluno consegue desenvolver um olhar mais crítico quanto a questões como aspectos culturais e acontecimentos na história do país.

Sendo assim, Thiago Braga acredita que leituras como os livros de poesia de Mario Quintana são essenciais para o entendimento das condições presentes no nosso contexto. “A leitura de obras clássicas nacionais ajuda muito no entendimento de assuntos importantes ligados a questões sociais que o Enem traz, considerando a prova de redação, a prova de linguagens e a prova de humanas”, explica.

Além disso, entre as obras do poeta gaúcho, fundamentais na preparação de um vestibulando, ele indicou o livro Rua dos Cataventos. “É o primeiro livro de poesia em que ele já demonstra a característica da inventividade, do experimentalismo em alguns poemas, de uma linguagem mais próxima do cotidiano, do coloquial, o que faz com que a sua obra tenha uma marca muito característica, que é essa inventividade”, justifica Braga.

O autor de Língua Portuguesa também recomenda a obra Sapato Florido de Mario Quintana e explica que ele começa a utilizar a prosa poética com essa coletânea de poemas. “Com essa marca de inventividade e de experimentalismo, há, por parte de Quintana, uma aproximação da prosa, mas com a preservação de características líricas, ainda com as suas tiradas tradicionais do texto poético”, finaliza.

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