Biografia: Vinicius de Moraes

Conhecido como “poetinha”, Vinicius de Moraes foi um dos artistas brasileiros mais completos do século XX e é um dos mais lembrados e homenageados até hoje.

Foto: reprodução/Vinícius de Moraes

Nascido no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913 Vinicius de Moraes foi um poeta e compositor brasileiro. “Garota de Ipanema”, feita em parceria com Antonio Carlos Jobim, é um hino da música popular brasileira.

Vinicius foi também diplomata e dramaturgo, filho de funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz. Desde cedo, já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta, Santo Inácio, onde fez os estudos secundários.

Entrou para o coral da igreja, onde desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Em 1933, ano de sua formatura, publica “O Caminho Para a Distância”. Não exerceu a advocacia.

Moraes trabalhou como censor cinematográfico, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e foi para Londres. estudou inglês e literatura na Universidade de Oxford, trabalhando na BBC de Lpndres até 1939.

Várias experiência conjugais marcaram a vida de Vinicius. Casou-se nove vezes e teve cinco filhos, Suas esposas foram, Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última Gilda Matoso.

Em 1943 Vinicius é aprovado no concurso para Diplomata e vai para os Estados Unidos, onde assume o posto de vice-cônsul em Los Angeles, e escreve o livro “Cinco Elegias”.

Serviu sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu, e novamente em Paris, em 1963, voltando ao para o Brasil em 1964, Vinicius foi aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato Institucional Número Cinco. De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira.

Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Carlos Lyra e Chico Buarque.

Entre suas músicas destacam-se: “Garota de Ipanema”, “Gente Humilde”, “Aquarela”, “A Casa”, “Arrastão”, “A Rosa de Hiroshima”, “Berimbau”, “A Tonga da Mironga do Kaburetê”, “Canto de Ossanha”, “Insensatez”, “Eu Sei Que Vou Te Amar” e “Chega de Saudade”.

Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961, compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música “Arrastão”.

A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva, e rendeu músicas importantes como “Aquarela”, “A Casa”, “As Cores de Abril”, “Testamento”, “Maria Vai com as Outras”, “Morena Flor”, “A Rosa Desfolhada”, “Para Viver Um Grande Amor” e “Regra Três”.

É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia.

O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando músicas de cunho infantil. Esse Álbum originou um especial para a televisão.

A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e profundamente cristã, como expressa em “O Caminho para a Distância” e em “Forma e Exegese”. A segunda fase, vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em “Ariana, A Mulher”.

Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é “A Rosa de Hiroshima”. A parábola “O Operário em Construção” alinha-se entre os maiores poemas de denúncia da literatura nacional: Pensem na crianças/Mudas telepáticas/Pensem nas mulheres/Rotas alteradas/Pensem nas feridas /Como rosas cálidas.

Marcus Vinícius de Mello Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, devido a problemas decorrentes de isquemia cerebral.

Obra de Vinícius de Moraes:

– O Caminho Para a Distância, poesia, 1933
– Forma e Exegese poesia, 1936
– Novos Poemas, poesia, 1938
– Cinco Elegias, poesia, 1943
– Poemas, Sonetos e Baladas, poesia, 1946
– Pátria Minha, poesia, 1949
– Orfeu da Conceição, teatro, em versos, 1954
– Livro de Sonetos, poesia, 1956
– Pobre Menina Rica, teatro, comédia musicada, 1962
– O Mergulhador, poesia, 1965
– Cordélia e O Peregrino, tearo, em versos, 1965
– A Arca de Noé, poesia, 1970
– Chacina de Barros Filho, teatro, drama
– O Dever e o Haver
– Para Uma Menina com uma Flor, poesia
– Para Viver um Grande Amor, poesia
– Ariana, a Mulher, poesia
– Antologia Poética
– Novos Poemas II

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