Biografia: Angelines Fernández (Bruxa do 71), da luta contra o fascismo aos palcos da vida

Angelines Fernández foi militante da Guerra Civil Espanhola e oposição do governo de Francisco Franco

A atriz Angelines Fernández, do seriado 'Chaves' Imagem: Reprodução

Nascida em Madrid, 30 de julho de 1924, María de los Ángeles Fernández Abad, mais conhecida por Angelines Fernández, foi uma atriz espanhola, naturalizada mexicana, mundialmente conhecida por ter atuado no programa humorístico El Chavo del Ocho (Chaves) como a Dona Clotilde (a Bruxa do 71) e em Los Caquitos (Chaveco) como Dona Nachita. Angelines também participou de vários filmes da Era de Ouro do Cinema Mexicano. Poucos sabem, mas quando jovem, Angelines Fernández foi considerada uma das mulheres mais bonitas do México.

Ela estreou como atriz na comédia musical Carlo Monte en Monte Carlo, na companhia de teatro de Isabela Garcés, em Madri. Chegou a lutar na Guerra Civil Espanhola, apoiando os republicanos contra o ditador Francisco Franco. Se mudou para o México em 1947, devido ao sério risco de morte que corria. Ela permaneceria no México pelo resto de sua vida, exceto em turnês internacionais e um curto período em Cuba no final da década de 1940.

Angelines Fernández estrelou quatorze filmes durante a Era de Ouro do Cinema Mexicano, incluindo o clássico El Esqueleto de la señora Morales (1960). Em 1964, assumiu o papel coadjuvante de Sara, a inimiga do personagem Padre Sebastián, de Cantinflas, em El padrecito. Ela estrelou Cadenas de amor aos 35 anos e várias telenovelas nos anos 1960 e início da década de 1970. Porém, o auge da sua carreira começou quando Roberto Gómez Bolaños (Chespirito) a convidou para trabalhar no seriado El Chavo del Ocho (Chaves), interpretando a Dona Clotilde, que era chamada pelas crianças de Bruxa do 71. Ela conseguiu esse trabalho quando perguntou a seu amigo pessoal, Ramón Valdés, se ele sabia de qualquer trabalho de atuação que pudesse fazer.

Ela também participou de outro programa de Chespirito, El Chapulín Colorado (Chapolin), anos depois. Foi com Chaves e Chapolin que ela alcançou fama no México e em sua terra natal. As duas produções de Chespirito se tornaram grandes sucessos internacionais, atingindo todos os países da America Latina. Os programas ainda são exibidos com reprises em muitos países. Em 1974, participou de sua última telenovela e seu último filme e concentrou seu trabalho em torno das produções de Chespirito.

Depois que os programas Chaves e Chapolin terminaram em 1979, ela ainda continuou a interpretar Dona Clotilde no programa Chespirito, na década de 1980 e em turnês. Nos anos 1980, ela começou a interpretar Dona Nachita, uma segunda personagem regular em Chespirito, a vizinha fofoqueira nas esquetes de Los Caquitos. Ela permaneceu no programa até 1992. Vida Política a Luta contra o Fascismo: Ao contrário do resto do elenco de Chaves, Angelines não era mexicana. Ela nasceu em Madrid, na Espanha, em 9 de julho de 1922. Em 1947, com apenas 25 anos, a atriz precisou abandonar o país natal, pois era guerrilheira contra a ditadura de Francisco Franco. Perseguida pelos franquistas, sua vida corria perigo na Espanha e ela resolveu fugir para o México. Lá chegando, mais um baque: Angelines não conseguiu exílio e precisou partir para Cuba.  “Tinha um caráter forte. Para ela não haviam meias tintas, era branco ou preto, não podia ser cinza.  Era uma mulher que levava a sério seus valores e às vezes as pessoas não lidavam bem com isso”, declarou sua filha Paloma Fernández, em 1999.

Morte

Fumante, faleceu em 25 de março de 1994, aos 69 anos de idade, de um câncer relacionado ao tabaco (fontes mencionam que a causa da morte foi um câncer de garganta, mas não dão muitos detalhes). Angelines foi a terceira do elenco do Chaves a morrer, depois de Ramón Valdés, que interpretava Seu Madruga e Raúl Padilla, que interpretava Jaiminho. Seu corpo está enterrado no Mausoleos del Ángel, na Cidade do México.

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